Com novas regras de bagagem, tarifa aérea tende a cair
[Panrotas, 21/09/2017]
A resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que autorizou as companhias aéreas a cobrarem taxas para o despacho de bagagens, já pode ter influenciado em resultados positivos para o setor. É o que aponta a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que divulgou hoje dados preliminares, colhidos de julho até o início de setembro, que indicam uma queda entre 7% e 30% na tarifa média das companhias aéreas que já implementaram as novas regras.
Mencionando os dados divulgados nesta semana pela Anac, que indicam uma queda de 2,6% no preço médio das tarifas aéreas brasileiras no primeiro semestre deste ano, a associação destacou que, em análise em rotas específicas, companhias como Azul e Latam demonstraram quedas de dois dígitos em relação às tarifas. Além disso, boa parte dos passageiros viajaram sem bagagem, com variações de 60% (no caso da Azul), 63% (na Latam) a 65% (Gol).
COMPANHIAS AÉREAS
A Abear aponta que, no caso da Gol, houve um aumento de 50% no volume de passageiros que não despacham bagagem na comparação com o mesmo período do ano passado – o que indica que um milhão de bilhetes já foram vendidos com a nova tarifa. A Gol anunciou em junho as mudanças que iria implementar em relação às franquias de bagagem.
No caso da Latam, a Abear indica que mais de 900 mil passageiros já voaram com tarifas mais baixas por conta das novas regras, anunciadas pela companhia em maio. Dados específicos sobre a Azul, que iniciou a cobrança por bagagens em junho, não foram divulgados – o que também acontece com a Avianca, que anunciou ontem (20) suas novas regras tarifárias.
IMPACTO NAS TARIFAS
O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, ressaltou que o levantamento divulgado pela Anac, que apontou a tarifa média mais baixa da série histórica do órgão, iniciada em 2002, ainda não mostra o impacto das novas regras de bagagem nos preços dos bilhetes aéreos. No entanto, a associação aponta que há, de fato, uma real tendência de queda. Por mais que ainda não seja possível afirmar, “a trajetória de queda do primeiro semestre de 2017”, para Sanovicz, indica um caminho de estabilidade, que aponta para a queda de preços. “Faz dois anos que eu não afirmo que temos uma tendência positiva, esta é a primeira vez que faço isso porque é o que os números mostram”, afirma Sanovicz.
Nesse sentido, o presidente da Abear sinaliza, inclusive, para a possibilidade de que a tarifa média das aéreas brasileiras, “em alguns meses”, seja menor que R$ 300 – o que seria um patamar inédito para o setor. Sanovicz também chamou atenção para o dado de que 10% de queda na tarifa média geram um aumento de 14% no número de passageiros.