Sem Centro de Convenções, turismo de Salvador perde R$ 200 milhões por ano
[Diário do Turismo, 23/08/2017]
Desde que o Centro de Convenções da Bahia (CCB) teve suas atividades interrompidas, Salvador caiu da terceira para a décima colocação no ranking de cidades brasileiras que sediam eventos internacionais credenciados pela Icca (International Council for Commercial Arbitration). Foi o que revelou o secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Claudio Tinoco.
“Em 2011 foram 29 eventos internacionais de grande porte sediados aqui. Já no ano passado, esse número caiu para cinco. Ficávamos atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, mas já fomos ultrapassados por cidades como Florianópolis, Fortaleza e Foz do Iguaçu”, disse o secretário em entrevista ao CORREIO.
Um dia após ladrões serem flagrados – e liberados – pela polícia, em posse de aparelhos de ar-condicionado do local, o CORREIO presenciou uma série de saques, na manhã desta segunda-feira (21) e ainda mostrou como é fácil entrar no equipamento – que desabou parcialmente em setembro do ano passado.
O presidente do Conselho Baiano de Turismo, Roberto Duran, conta que o turismo de congressos é o que dá sustentação ao setor. “Esse é o turismo que movimenta a cadeia produtiva de março a dezembro. O turismo de lazer é responsável pelo período de pico, mas são apenas três meses. Os congressos é que de fato seguram todo o segmento”, disse.
Ainda segundo ele, nos últimos dois anos, 20 hotéis e cerca de 3 mil bares e restaurantes fecharam as portas na capital
De acordo com Duran, imediatamente após o fechamento do CCB, Salvador perdeu nove grandes congressos que já estavam agendados. Desde então, cerca de R$ 200 milhões por ano têm deixado de ser arrecadados. “Como a construção de um novo Centro de Convenções não será nos próximos três anos, o impacto negativo total deverá ser de R$ 1,5 bilhão”, estimou Duran.
Ainda segundo ele, nos últimos dois anos, 20 hotéis e cerca de 3 mil bares e restaurantes fecharam as portas na capital, o que provocou o fechamento de cerca de 30 mil postos de trabalho. Para Duran, a crise que vive o setor seria menor caso o CCB estivesse funcionando.