Sebrae nega aporte de R$ 400 mi para criação de nova Embratur: “não fazemos promoção turística”
[Mercado e Eventos, 05/04/17]
O Fórum Nacional dos Secretários de Turismo (Fornatur) teve uma segunda sessão agitada na tarde da quarta-feira (05), segundo dia oficial de WTM-LA. Na pauta, estava a possível participação do Sebrae no aporte financeiro direto de R$ 400 milhões para a transformação da Embratur em uma nova Agência de Promoção Turística Brasileira. No entanto, este recurso acabou sendo negado pela própria diretora técnica do Sebrae, Heloísa Menezes, causando um enorme furor entre os secretários presentes.
“O Sebrae tem que atender todos os setores da economia brasileira. O nosso cliente é o micro e pequeno empresário. Por conta disso, o Sebrae não está aqui para fazer promoção turística. Somos parceiros de projetos públicos e privados, mas sempre no viés do empreendorismo”, disse Heloísa. “Isto aqui não é um fórum para discutir a participação do Sebrae, logo eu não entendo porque querem tirar dinheiro do Sebrae, já que existem confederações de turismo prontas para isso. Estes R$ 400 milhões de investimento nunca foram articulados, o que conversamos era aportarmos cerca de R$ 100 milhões em concessão com a Embratur reforçando, assim, a atividade turística. Nunca houve este compromisso e esta discussão a nível de governo já está vencida”.
O presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, rebateu as declarações da diretora do Sebrae. “Estamos aqui para apresentar a lógica desta agência de promoção turística porque é extremamente importante. E eu posso afirmar que foram falados sim R$ 400 milhões, porque acreditávamos que este dinheiro existia. Eu temo que nem os R$ 100 milhões sejam possíveis de sair, mas o resto dos recursos podem vir de outras formas. Acima de tudo, esperamos que o Sebrae possa contribuir, não só como parcela de promoção, mas também estruturando e fomentando os destinos. Não há desenvolvimento econômico, se não há instituições desenvolvidas”, disse.
A presidente da Amazonastur, Oreni Braga, afirmou que desconhece todos os produtos que foram apresentados pelo Sebrae dentro de sua cesta de investimentos. “Eu nunca arranquei um real do Sebrae e não foi por falta de projeto. Se o Sebrae estivesse ajudado, eu ficaria quieta. Nós não somos nem consultados para construir parcerias com o órgão. Eu gostaria de deixar claro que, apesar de todas as propostas que fizemos, eu nunca pedi dinheiro ao Sebrae, eu pedia para eles realizarem estes eventos para mim”, disse Oreni Braga.
Questionado pelo M&E se há chances do projeto da nova agência de promoção turística ser adiado, Lummertz foi categórico. “O que tivemos aqui não adia em nada a criação da nova Embratur. Eles querem dar um aporte de R$ 100 milhões, e este valor não é suficiente. Vamos buscar junto ao governo outras formas para conseguirmos este valor, mas isto não atrasa o lançamento da Embratur como agência de promoção”, disse.