Turismo de Fortaleza deve receber R$ 680 mi
[Por Diário do Nordeste, 30/03/2017]
Fortaleza vive um momento de expectativa para o turismo entre a euforia da concessão do controle do Aeroporto Internacional Pinto Martins para uma empresa alemã e a indecisão sobre a permanência das barracas na Praia do Futuro. Além disso, a segurança continua sendo um dos desafios a serem enfrentados pela atual gestão da Secretaria de Turismo do município, que apresentou ontem o planejamento estratégico de 2017 e 2020, em reunião na Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
Um dos destaques da reunião foi o anúncio da retomada da obra de requalificação da Beira- Mar, que deverá acontecer até junho deste ano, segundo o Secretário de Turismo de Fortaleza Alexandre Pereira. “Nossa expectativa é que cerca de 680 milhões, advindos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) sejam liberados para a retomada da obra. Ela seguirá no mesmo perfil do trecho entregue no entorno do Mercado do Peixes. Essa verba também será destinada a promoção de eventos e do turismo local, entre outros pontos turísticos da capital, como a Barra do Ceará e Praia do Futuro”, diz.
As ações apresentadas foram divididas em eixos: Praia de Iracema, Praia do Futuro, Beira Mar e Barra do Ceará, capacitação, relações interinstitucionais e internacionais, além da promoção e eventos. O encontro, realizado pela Câmara Setorial de Eventos, contou com a presença de entidades públicas de turismo, empresários da rede hoteleira e barracas de praia. “Algumas dessas ações já estão em andamento. Eventos como este são de suma importância para aproximação do poder público com outros setores. Não temos condições de realizar nada sozinhos, principalmente sem apoio das empresas privadas”, destaca Alexandre Pereira, secretário de Turismo de Fortaleza.
Ônibus
Outra novidade anunciada foi a criação de uma linha de ônibus premium que fará a rota Aeroporto e Beira-Mar, além de uma linha de ônibus de turismo como vista panorâmica, inspirados nos modais de Londres e outras metrópoles mundiais. “A linha que sai do Aeroporto, terá ar condicionado, mais conforto e locais para bagagens dos passageiros, como acontece em grandes capitais do país. Já os ônibus panorâmico, devem demorar um pouco mais, porém, trabalhamos com um prazo de entrega até julho deste ano. Ele passará pelos principais pontos turísticos da cidade e se integrará a outros serviços”, explica.
A importância da capacitação dos profissionais e empresas do trade turístico da capital cearense também foi um dos pontos debatidos na apresentação. ” Começaremos este processo em parceria com o Sebrae e outras instituições competentes, em locais como Mercado dos Peixes, Mercado São Sebastião, Mercado Central e na Monsenhor Tabosa”, destaca Pereira.
A criação de uma ouvidoria é outra aposta da Setfor para aproximar o turista da gestão municipal. “Percebemos que há uma necessidade dos turistas em serem ouvidos. Isso poderá ser feito em breve via aplicativo e através de um site específico para atender a estas demandas. Queremos também fomentar a realização de feiras e eventos internacionais de turismo em Fortaleza”, afirma o secretário de Turismo, que defende ainda a operacionalização e gestão do balcão de informações no Aeroporto Pinto Martins.
Alexandre Pereira destaca ainda a força-tarefa para a diminuição dos índices de violências nos principais pontos turísticos de Fortaleza. “O grande problema dessas áreas, se dá por elas estarem localizadas próximas a pontos de vulnerabilidade social, onde há altos índices de criminalidade e tráfico. Existe um trabalho para iniciar essa ocupação. Ainda este ano teremos uma Delegacia de Turismo e um Batalhão da Polícia Militar. Além disso, ampliaremos para sete unidades de pontos móveis de Polícia em toda a orla”.
Praia do Futuro
Sobre a retirada das barracas da Praia do Futuro, o secretário de turismo afirmou que está tendo um entendimento com o Ministério Público Federal. “Independente do julgamento, tentaremos flexibilizar o melhor para ambas as partes. Sabemos que há excessos, e que precisam ser ajustados para zelarmos pelos usos e ocupação do solo público. Em contrapartida, as barracas fazem parte do nosso turismo e empregam centenas de trabalhadores”. O julgamento do caso foi suspenso no último dia 15.