O Estado da Indústria de Eventos e Turismo no Brasil – 2017
[Por Revista Eventos, 23/01/2017]
O Portal Eventos ouviu 26 profissionais com larga experiência na indústria de eventos e turismo para saber o que aconteceu em 2016 e sua percepção do que vai acontecer nos próximos anos.
Com a palavra: Adenauer Góes – secretário de Turismo do Pará, membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo; Ana Claudia Bittecourt – presidente da ABEOC Nacional; Anita Pires – diretora do For/Eventos, ex-presidente da ABEOC Nacional e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo; Bruno Omori – presidente da ABIH/SP e vice-presidente da ABIH Nacional; Célio Ashcar Junior – chairman da Ampro e diretor a Aktuellmix; Celso Antunes – diretor da Hype Eventos e Ativação de Marca; Chieko Aoki – presidente da Blue Tree Hotels e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo; Circe Jane Teles da Ponte, presidente do Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos/CE); Darlene Lofare – diretora da Gauche Promoções e Eventos; Eduardo Sanovicz – presidente da ABEAR, ex-presidente da Embratur e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo; Elza Tsumori – presidente do For/Eventos, ex-presidente da Ampro e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo; Fernando Guntuvitch – presidente da The Group; Gaetano Lops – CEO da GAEL – Grupo de Ativação e Experiências Live; Julio Urban – CEO da Idealiza Eventos; Luigi Rotunno – presidente da ABR Associação Brasileira de Resorts; Marcio Carvalho – diretor da Onze Marketing & Comunicação; Mari Viana – diretora da Biblioteca de Ideias Eventos e Estandes Ambientalmente Corretos; Mauricio Cavichion – presidente a ABEOC/RS; Mauricio Magalhães – diretor da Agência Tudo; Natasha de Castro Caiado – VP Strategic Planning da Wish; Rodrigo Cordeiro – presidente da MPI e diretor da MCI Group; Roland de Bonadona – presidente a Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB), sênior advisor na ACCOR South America e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo; Sergio Medina Pasqualin – presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, ex-diretor do Expo Center Norte; Toni Sando – presidente executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo; Varinia de Moraes Cantaux – diretora da Red Star Events do Brasil; Wilson Ferreira Junior – presidente da Ampro e diretor da Agência Etna.
1. O que mais impactou a indústria de eventos nos últimos 12 meses?
ADENAUER GÓES – O Brasil recebeu em 2016 um dos maiores eventos esportivos do planeta, que foram os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, promovendo uma enorme circulação de pessoas no país, lotação das redes hoteleiras, grande movimentação em restaurantes, ótimos números de vendas de pacotes, enfim. Toda a cadeia do turismo saiu fortalecida e pôde auferir excelentes ganhos com a Rio 2016. De acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro foram 1,17 milhão de turistas, sendo 410 mil deles estrangeiros, durante a Olimpíada. A área de hotelaria registrou ocupação de 94%. O país que mais mandou turistas foi o Estados Unidos, seguido pela Argentina e Alemanha. Cada estrangeiro gastou, em média, R$ 424,62 por dia na cidade. Entre os turistas brasileiros, 43% eram de São Paulo, seguidos pelos gaúchos e mineiros. Cada um gastou R$ 310,42 diariamente, em média. Sob a ótica do turismo como atividade econômica são números relevantes dentre os últimos 12 meses.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – Sem dúvida a crise política e econômica no Brasil impactou diretamente a indústria nacional de eventos em 2016, fazendo com que menos eventos fossem realizados ao longo do ano e com uma queda na participação e na verba direcionada aos eventos. No entanto, os Jogos Olímpicos Rio 2016 projetaram a imagem do Brasil no exterior como um país que sabe realizar eventos e esta oportunidade única vai ter implicações positivas nos próximos anos, além da movimentação econômica que já proporcionou durante os Jogos.
ANITA PIRES – Percebemos que o maior impacto foi causado pela crise política e econômica.
a. Os congressos tiveram uma diminuição de até 30% nas adesões e nos eventos corporativos, empresas suspenderam muitas convenções.b. Faltaram investimentos em tecnologia e inovação causados, em parte pela crise.c. Os investimentos em infraestrutura ficaram estagnados (com exceção das Olimpíadas).d. As políticas públicas não tiveram nenhum avanço.
BRUNO OMORI – A crise política e economia causaram uma retração no mercado de eventos corporativos que apresentaram quedas de 15% na ocupação de salões de eventos no mercado hoteleiro que diretamente auxiliou na retração de aproximadamente 12% na taxa de ocupação de hospedagem em 2016.
CÉLIO ASHCAR – Sem dúvida, o mercado de eventos foi impactado positivamente no Brasil com a realização da Olimpíada. O início dos jogos, em especial após o sucesso da cerimônia de abertura, trouxe novo ânimo para o setor, que ficou naturalmente apreensivo com o desenrolar do cenário econômico. Tivemos um segundo semestre melhor que o primeiro. Em movimentação, a última pesquisa da Ampro mostrou que os eventos, feiras e congressos estiveram entre as ferramentas de Live Marketing mais escolhidas pelas empresas no último ano, com 77% da preferência.
CELSO ANTUNES – Sem dúvidas, o cenário político/econômico. 2016 foi um ano completamente atípico nesses campos e, assim como demais segmentos da economia, nosso mercado também foi afetado. Os mais ágeis sobreviveram, alguns ficaram pelo caminho mas pouco, muito poucos, tem o que comemorar nesse ano que passou. Ciclos de crise, quando encerrados, tem um impacto positivo no mercado, na medida que apenas aqueles mais qualificados seguem no jogo – é uma receita dura para trazer como consequência uma maior profissionalização.
CHIEKO AOKI – Infelizmente, a indústria de eventos teve impacto da crise, onde as empresas trabalharam em seus custos incluindo viagens e eventos, reduzindo o volume de investimentos nesta área. Além disso, a dispensa de colaboradores impactou no numero de viajantes e no tamanho dos eventos, quando realizados. Com isso, houve “guerra de tarifas” entre os realizadores de eventos, para captar as oportunidades já reduzidas. Aumentamos a nossa carteira de clientes para ampliar as oportunidades, o que tem sido bastante positivo para nossos hotéis assim como para a equipe que sente-se recompensada do empenho maior que tem dedicado para o fechamento dos negócios.
CIRCE JANE – A insegurança política e econômica impactou muito a indústria de eventos no país!
DARLENE LOFARE – Os jogos olímpicos positivamente e a crise econômica negativamente.
EDUARDO SANOVICZ – No Brasil, o corte drástico dos orçamentos corporativos para investir em eventos, em decorrência do cenário econômico muito ruim. Para o bem, o ingresso de novas gerações de profissionais, e de absorção de novas tecnologias. Também a absorção no Brasil, da cultura e das praticas gerenciais das diversas organizações internacionais que aqui começaram a chegar na metade da década passada. Para o mal, o cenário econômico e político, impactando negativamente a capacidade de investimento das organizações.
ELZA TSUMORI – Continua sendo a visão de curto prazo, focado no resultado econômico. Isso acaba com a busca da criatividade e deixa passar boas oportunidades de negócios, de modo geral. No entanto, ilha de excelência emergiu no horizonte, graças a Olimpíada do Rio e isso já começa a repercutir no gabinete de um ou outro empresário.
FERNANDO GUNTOVITCH – Acreditamos que o que mais tem impactado a indústria de eventos é o digital. Diariamente nos deparamos com um grande fluxo de informações e vemos a necessidade de dar voz aos consumidores. O compartilhamento tem ganhado cada vez mais espaço e a conexão on e off é essencial para bons resultados. O que mais gosto na indústria de evento é a dinâmica que ela traz, que nunca é a mesma, sempre há uma nova expectativa, um novo desafio, uma maneira de se aprimorar. Além disso, as coisas acontecem ao vivo e a resposta do público é imediata. É uma indústria que nos permite trazer coisas novas e nos exige cada vez mais. Estamos sempre em busca de novos formatos, novas ativações, novas histórias.
GAETANO LOPS – A realização dos Jogos Olímpicos 2016 na cidade do Rio de Janeiro. Foi um oásis para o negócio do Live Marketing nesse último ano.
JÚLIO URBAN – Instabilidade política com certeza fazendo as empresas não terem definição de comando e das regras do país, O Brasil sofreu muito com isto e na indústria de eventos não foi diferente.
LUIGI ROTUNNO – Tanto o turismo de lazer, quanto o corporativo e eventos foram impactados negativamente pela grande instabilidade política que resultou em forte desaquecimento econômico e afetou o desempenho da indústria de eventos. Muitas empresas não deixaram de realizar seus eventos, mas estes diminuíram o tamanho, pela necessidade de geração de economias para as empresas. Isso levou o mercado a trabalhar com eventos mais econômicos, regionais e com forte presença de soluções virtuais, evitando, por exemplo, o deslocamento de um palestrante estrangeiro apenas para falar para o público de determinado evento. Outra característica que já vem sendo sentida nos últimos anos é a diminuição do tempo de contratação e fechamento dos eventos, cada vez mais em cima da hora, não permitindo que os fornecedores trabalhem com projeções.
MARCIO CARVALHO – Crise trouxe corte de gastos, legislação trabalhista é antiquada para a realidade atual, carga tributária também não acompanhou o movimento de redução sistemática de budget, diminuindo cada vez mais a margem das agências e, consequentemente, tornando a sobrevivência dessas empresas cada vez mais difícil. Estamos em um momento de transição do mercado e acredito que essas adversidades são normais para períodos como esse. São elas que vão impulsionar os players para se reinventarem. Quem estiver procurando soluções, vai encontrar um mar de possibilidades que estão surgindo.
MARI VIANA – Reavaliação da importância de participar de feiras e congressos nacionais e internacionais; Avaliação de outras soluções como por exemplo congressos para públicos específicos realizados pela própria empresa. Programas de compliance.
MAURICIO CAVICHION – A falta de previsibilidade e agilidade para enfrentar as mudanças no comportamento por parte de participantes, expositores, governo, órgãos de fomento e patrocinadores da indústria de eventos. Somando-se a isso a necessidade de reestruturação interna, sem perder o poder de entregar os melhores resultados a seus clientes. A cada mês do último ano, ficou mais evidente, que que não conseguisse lidas com todas as situações citadas iria deixar de existir.
MAURÍCIO MAGALHÃES – A resposta óbvia é a crise, porém eu queria acrescentar que o Brasil carrega outro passivo, não explicitamente, que é o modelo. Infelizmente, essa indústria se restringe a eventos, quando deveria considerar toda a plataforma de comunicação. Isso de certa forma nubla e maquia o que há de melhor, que é a geração de resultados exponenciais. Então, essa comoditização, acompanhada do cenário econômico, foram responsáveis pela crise da indústria.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – A velocidade com que tudo acontece. Por ser a mais sensível das ferramentas de marketing, tudo precisa se renovar e se adaptar. As pessoas envolvidas nos projetos e processos tem ” paixão” ou a seleção natural não permite que fiquem muito tempo na área. E uma “tribo” muito interessante e interessada
RODRIGO CORDEIRO – A insegurança gerada pela crise política, que na minha opinião, foi a grande geradora da crise econômica enfrentada no ano de 2016.
ROLAND DE BONADONA – Os efeitos da recessão, levando as empresas a reduzir tanto o número quanto o orçamento, calibro dos eventos programados.
SERGIO PASQUALIN – Com toda certeza foi a diminuição dos orçamentos das empresas.
TONI SANDO – Além de continuar o desafio, que se prolonga há algum tempo, de menos profissionais participando de eventos, assim como menos dias de realização, o País passou, e vem passando, por diversas incertezas e abalos na economia e na política, as quais se mostram constantes e longe do fim. A imagem do País se abala, podendo se tornar uma barreira para novos investimos e, assim, novos eventos. Por outro lado, o contexto exigiu soluções criativas e se percebe, assim, experiências mais marcantes nos eventos, com estandes inovadores, público selecionado e grande buzz por parte da mídia. As pessoas que trabalham com prazer, envolvidos com o cliente e com o produto.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – Certamente a situação econômica do País impactou bastante o nosso mercado, principalmente as multinacionais pois mesmo as que não foram diretamente impactadas pela crise, perderam a confiança de investir no país devido a todos os problemas políticos sofridos.
WILSON FERREIRA JR.- Dois foram os grandes impactos. Os Jogos Olímpicos, por um lado, foram um grande marco. Uma demonstração para o mundo da capacidade do Live Marketing brasileiro. Tanto em relação às grandes cerimônias (aberturas e encerramentos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos) quanto em relação às ativações executadas para patrocinadores e aquelas nas “casas” das nações presentes. Por outro lado, a indústria de eventos sentiu os efeitos da grave crise político-econômica do país. Budgets diminuíram, projetos foram postergados ou cancelados. Os players com foco em eventos sentiram o golpe.
2. Quais as perspectivas da indústria no biênio 2017/18?
ADENAUER GÓES – Falando especialmente do Pará, nossas perspectivas são as melhores possíveis. O Pará tem recebido os mais diversos congressos, feiras, seminários e eventos dos mais variados ramos, seja na área médica, jurídica, desportiva, gastronômica ou cultural, o que preenche de forma significativa o calendário do Hangar, que é nosso principal centro de convenções, assim como eventos de menor porte na rede de hotéis. Além disso, o Governo do Estado irá inaugurar em breve o Centro de Convenções de Marabá, uma obra já em fase final de acabamento, e num futuro próximo o Centro de Convenções de Santarém. Com estes dois novos equipamentos turísticos de médio porte, o Pará vai passar a oferecer duas novas alternativas ao mercado da indústria de eventos, bem como promover uma redistribuição da renda gerada para outras duas regiões do Estado, contribuindo para o crescimento econômico do Tapajós e do Araguaia Tocantins.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – A expectativa é que o país encontre uma saída para a crise política e a economia possa iniciar um ciclo de crescimento que impulsionará o setor de eventos para um novo período de crescimento semelhante ao que vimos até 2014, com a diferença que tivemos avanços importantes em infraestrutura (aeroportos e hotelaria principalmente) com a realização dos megaeventos e uma boa divulgação do país no exterior. O setor de eventos sem dúvidas terá uma resposta rápida com a retomada do crescimento, pois eventos são uma ferramenta de marketing muito importante para as empresas.
ANITA PIRES – Não vemos avanços significativos pois a crise política e econômica continuará. Talvez com algum crescimento.
BRUNO OMORI – No primeiro semestre de 2017 a previsão é uma estabilização da economia, fato que pelo menos manterá os resultados praticamente com o mesmo patamar de 2016, no segundo semestre esperamos uma ligeira recuperação do mercado hoteleiro, de eventos e do turístico em geral, com possíveis projeções de crescimento de 2% a 5% na ocupação gerada pelos eventos nos Meios de Hospedagens.
CÉLIO ASHCAR – Ainda citando os dados da pesquisa da Ampro, os investimentos em Live Marketing devem aumentar em 2017 para 62% das empresas pesquisadas, ou seja, temos um cenário considerado positivo para o ano, e isso inclui, obviamente, o investimento em eventos.
CELSO ANTUNES – Com baixo otimismo, acredito na retomada do crescimento, de uma forma lenta e gradual. Estamos em um segmento que sobrevive mesmo em tempos de crise: as empresas PRECISAM promover na crise, para sobreviver. Isso significa que, mesmo com verbas menores e concorrências mais acirradas, o investimento em nosso setor continua.
CHIEKO AOKI – As perspectivas são positivas, com aumento no número de eventos corporativos, porém com orçamentos menores. Temos tido aumento significativo de cotações e de fechamento de negócios.
CIRCE JANE – Perspectivas de reação positiva, criatividade e resignificação do setor!
DARLENE LOFARE – Péssimas. Preparamo-nos para praticamente um ano sabático.
EDUARDO SANOVICZ – Um ajuste drástico nos custos, a busca por novas alternativas de trabalho e a disputa mais acirrada com novas opções de relacionamento entre pessoas e empresas colocadas pelos meios eletrônicos.
ELZA TSUMORI – Continuará o cenário cauteloso de 2016. Mas, acredito que a maioria no mercado já experimentou como é trabalhar, “mais com menos”, entregar “mais com menos” ! Um ótimo exemplo foi a Olimpíada. Eu disse no ano passado que a tecnologia poderá pela primeira vez, ajudar o ser humano a ser mais criativo e isso aconteceu com excelência !!. O mercado precisa ir nessa direção.
FERNANDO GUNTOVITCH – Temos como perspectiva mais importante da indústria a integração. O mercado tem se movimentado e se tornado cada vez mais complexo. Por isso, vemos a necessidade de estarmos cada vez mais interligados, conectados. Não devemos ser Digital ou Live, e sim DigitaLive. As diferentes ferramentas de comunicação (on e off) ajudam a criar uma unicidade para o discurso das marcas, e garantem impactos eficientes em momentos precisos. Sem dúvida foi a tecnologia e a possibilidade de maior acesso a informação que elas nos trouxeram. Tanto para o cliente, que agora consegue captar melhor o comportamento do seu público, quanto para o público, que ganha acesso, centralização das informações e uma possibilidade de voz ativa junto a marca.
GAETANO LOPS – Estamos no meio de uma das mais graves crises que já vivemos, mas é nessa hora que pintam as oportunidades. Penso que para os dois próximos anos temos que nos reinventar para continuar levando soluções realmente criativas e a custos baixos para nossos clientes. Nosso mercado atua muito bem em crises, pois temos a capacidade de influenciar o shopper de forma única, criativa, e é isso que devemos perseguir. Seja criando eventos, promoções ou ativações, os clientes não vendem e precisam da nossa expertise para ajuda-los a esvaziar os estoques.
JÚLIO URBAN – A característica do nosso setor é o longo prazo, vi vários comentários sobre a nossa queda (Brasil) no ranking da ICCA e as pessoas falaram muita coisa errada. O que fazemos hoje impacta para dois, três ou quatro anos, assim a falta de um posicionamento dos governos federais, estaduais e municipais sobre a indústria de eventos como grande negócio para o país é o motivo da queda no segmento de congressos internacionais. No mercado interno apesar da redução e da escolha dos participantes dos melhores eventos, o mercado acomodou-se à nova situação. Na minha opinião teremos uma pequena melhora em 2017 já que no mercado interno, se esperarmos o trem passar pode ser que ele não chegue e acredito que as empresas devem retornar a ativar seus eventos de maneira mais expressiva já que são a melhor mídia, a mais dirigida e a de maior resultado x investimento. 2018 melhora ainda mais em função das eleições presidenciais, expectativas positivas em relação às mudanças que a sociedade clama e se espera ocorram em 2017, impactando efetivamente em 2018, vejo que nossa capacidade de recuperação no segmento é muito rápida com expectativas favoráveis.
LUIGI ROTUNNO – Acredito que a aparente definição do cenário político e as medidas de ajuste que o governo está tentando implementar criam condições para que os próximos dois anos sejam de lenta retomada e de recuperação da economia, pela confiança gerada no investidor, o que permitirá que a indústria de eventos retome o folego.
MARCIO CARVALHO – Maior investimento por parte dos clientes, sem perder o foco em eficiência e ROI.
MARI VIANA – Haverá continuidade de revisão de investimentos, redução de investimentos, reavaliação de investimentos.
MAURICIO CAVICHION – Boas, diferentes e com crescimento lento, porém constante. O mercado mudou, as empresas que conseguiram sobreviver estão mais fortes e certamente melhor preparadas e com a credibilidade dos clientes, parceiros e fornecedores.
MAURÍCIO MAGALHÃES – Saímos agora da ressaca de grandes eventos, especialmente da Copa e Olimpíada. Vejo um legado positivo na compreensão dessas linguagens, mas que, de fato, não se materializou. Acredito que as perspectivas estarão junto com o compasso da economia e especialmente de clientes e destinos que entendam essa indústria como geradora de resultados exponenciais, nos seus objetivos e propostas de negócios.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – As mudanças. Hoje todos falam em crise, mas quando há qualquer modificação no mercado, a primeira área afetada é a nossa. Ai a criatividade aflora, sub produtos, novos sistemas, há uma reinvenção geral.
RODRIGO CORDEIRO – É de crescimento, por qualquer ângulo que se avalie, a indústria de eventos continuará a crescer. Talvez modificada, pois aquele mercado convencional dará espaço a novas formas de promovermos o encontro de pessoas e delas com marcas e com instituições, independente do propósito do evento.
ROLAND DE BONADONA – 2017 deve continuar fraco, os sinais positivos (retomada da criação de empregos, queda dos juros, agenda positiva votada pelo congresso) demorarão a estimular a retomada da programação de eventos. Vejo 2017 empatando com 2016 e uma leve retomada em 2018.
SERGIO PASQUALIN – Queiramos ou não a única saída é o crescimento inteligente. Para isto temos que estar muito ligados às necessidades do mercado, atentos às mudanças e principalmente reconhecer um caminho sem volta: focar em inovação e tecnologia.
TONI SANDO – Definitivamente será um novo ciclo que abrangerá não só o setor de Turismo, Eventos e Viagens. Sabe-se que a economia ainda levará um tempo para se restabelecer. Assim, é o momento para rever modelos de negócios e focar em resultados que incrementem a economia de toda a cadeia produtiva. Já se passou o momento em que a tecnologia era vista como uma inimiga dos eventos, sendo que, agora, é uma aliada reconhecida, possibilitando que amplie a experiência dos participantes.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – Atingimos o fundo do poço e daqui para frente todos irão reagir, pois a estagnação de nada adianta.
WILSON FERREIRA JR. – Esperamos uma recuperação ainda tímida em 2017, com desempenho melhor no segundo semestre. E algo mais ambicioso para 2018, caso o programa de reformas avance e não haja agravamento do quadro político nacional.
3. Se você pudesse mudar um aspecto na indústria de eventos e turismo, o que seria?
ADENAUER GÓES – A busca por uma integração mais organizada, eficaz e rápida com os demais setores do turismo, hotelaria, agências de viagens, restaurantes e lazer em geral.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – Algo que atrapalha muito é a questão que mesmo sendo uma única indústria se trabalha diversas frentes; deveríamos ter mais interlocução para que um não falasse algo e o outro fale outra coisa totalmente oposta. Além de cada um trabalhar fortemente aquilo que sabe sem trabalharmos várias frentes sem um objetivo especifico do porquê de cada entidade.
ANITA PIRES – Se pudesse daria um grande impulso nas parcerias público privadas, trabalharia a qualificação do setor e seus dirigentes. Exigiria do poder público mais investimentos no setor e maior seriedade com a Indústria que mais cresce no mundo.
BRUNO OMORI – Melhoria do calendário de eventos, com a integração e interação de acordo com a sazonalidade do mercado turístico, com foco no aumento da produtividade e rentabilidade do setor.
CÉLIO ASHCAR – Eu acho que poderíamos profissionalizar mais o segmento em toda a cadeia, principalmente na mão de obra e nos fornecedores. Temos muitas ideias e capacidade, mas falta ainda uma capacitação maior.
CELSO ANTUNES – O modelo de negócios por job é absolutamente predador, um cenário onde todos perdem. Mas a transição de um modelo prioritario-job para um modelo prioritário-conta será muito lenta e depende de fatores externos que gerem estabilidade. O quadro atual de crise, infelizmente, favorece esse modelo onde o job se sobrepõe à conta.
CHIEKO AOKI – Mais do que mudar, focaria no desenvolvimento de profissionais que atuam em eventos em todos níveis e tipos de expertise. A melhoria em tecnologia é muito rápida e devemos aperfeiçoar, no mesmo ritmo, a capacitação, conhecimento e desenvolvimento de profissionais que atuam em eventos. Contamos no mercado com excelentes profissionais mas é preciso aumentar o numero e amplitude da capacitação. Ainda há conceito antigo de “mão de obra” na nossa profissão; devemos olhar nossa equipe como nossos parceiros e responsáveis, em grande parte, do sucesso ou insucesso de nossas empresas. Como setor de serviços, devemos focar continuamente no desenvolvimento de nossos parceiros na realização dos objetivos e sonhos da empresa.
CIRCE JANE – A legislação pertinente à nossa cadeia produtiva – modernização das leis trabalhistas e conscientização, por parte dos governos, sobre investimentos e valorização desse turismo para obtenção de melhores resultados.
DARLENE LOFARE – Regulamentação da indústria de eventos de acordo com a Lei Geral de Turismo, na área de tributação. Tributação apenas sobre a remuneração da empresa, não sobre o total do evento. Como nas agências de publicidade. Daqui a pouco não teremos mais organizadores. Vão todos migrar para publicidade.
EDUARDO SANOVICZ – Procuraria unificar o imenso volume de entidades atuando de maneira sobreposta e as vezes descoordenada.
ELZA TSUMORI – Mudar a visão empresarial existente para uma nova, baseada na visão holística e mais inovadora.
FERNANDO GUNTOVITCH – A falta de integração. Sem inteligência nas operações é impossível alcançar resultados tangíveis. Nós buscamos entregar soluções cada vez mais integradas, impactando os diversos públicos de todas as formas possíveis. Mais ousadia. Precisamos correr alguns riscos controlados, trazer o diferente, o inusitado. Vejo que ainda existe um certo receio para inovar e muitos preferem fazer o habitual, sem grandes novidades. Quem sai perdendo, é o mercado de eventos. Em todo o processo existe falha e acerto até se chegar na solução ideal, isso deve ser visto como algo produtivo e não como um tabu.
GAETANO LOPS – A desunião. Somos um segmento completamente desunido. Se as principais agências do mercado se juntassem de verdade para resolver os problemas em comum, nosso setor seria muito mais produtivo, mas os egos não deixam isso acontecer.
JÚLIO URBAN – Criação de uma política de longo prazo de apoio à promoção dos destinos e do país como um todo, continuamos com uma visão localizada nos grandes centros, eventos de todos portes existem e qualificar novos mercados é a chave do crescimento.
LUIGI ROTUNNO – O olhar verdadeiro dos poderes públicos (município, estado e federal) para a força que a indústria de eventos representa para o Brasil. Avanços foram obtidos nos últimos anos pela atuação das associações e mercado em geral, mas temos ainda um longo caminho a percorrer.
MARCIO CARVALHO – O modelo estabelecido para remuneração de agências já não faz mais sentido e isso gera um grande atrito no relacionamento entre clientes e agências. Nossa remuneração está diretamente ligada ao valor do job, por meio do fee, planejamento etc., ou seja, quanto maior o valor da planilha, maior a nossa remuneração. Isso causa incompatibilidade entre o serviço prestado e a remuneração prevista e, muitas vezes, vai na contramão do objetivo dos clientes de reduzir custos. A remuneração deveria estar ligada à complexidade e não ao valor da ação. Por muitos anos entregamos nosso principal valor (a consultoria, a criatividade, as soluções estratégicas etc.) por um preço muito menor do que deveríamos cobrar ou até de graça, no caso de concorrências, pois a remuneração vinha do agenciamento. Com o desenvolvimento da tecnologia, esse serviço perdeu valor. E agora vemos o mercado entrar em colapso. Resumindo: mudaria o modelo de remuneração das agências.
MARI VIANA – As organizadoras têm pouco comprometimento com o mercado de eventos. Quando citadas, apontam o dedo para outros segmentos do setor, todavia, como âncora do negócio, deveria reavaliar sua posição e se comprometer não só com os resultados do número de visitantes, que na minha opinião é sua obrigação, como com a profissionalização do setor e com a integração do mercado, trazendo benefícios para todos os envolvidos. Em minha opinião, ou a as organizadoras acordam para isso imediatamente, ou quando o fizerem já será tarde. As empresas poderão migrar em massa para soluções internas, o que já está ocorrendo.
MAURICIO CAVICHION – Acredito demais nas fusões de empresas complementares com capacidade de operação nacional e internacional. O organizador de eventos é o grande motor da indústria, e por algum tempo foi tratado apenas como mais um fornecedor. Hoje é ele quem interfere em TODAS as negociações e também no destino que sediará os eventos. O organizar de eventos contemporâneo ocupa as cadeiras de “homem de negócio” e homem do negócio. Respondendo diretamente à pergunta, se pudesse, mudaria a mentalidade dos pequenos empresários, pois é preferível ter um percentual reduzido de um grande negócio do que a totalidade de um negócio pequeno.
MAURÍCIO MAGALHÃES – A capacidade de descomoditizar e mostrar muito mais o software do que o hardware, ou seja, que programas rodam nessas indústrias. Quando falamos em Olimpíada, não falamos da competição explícita do atletismo, vôlei ou do remo. Falamos muito mais de cultura, integração de povos. Todo e qualquer evento é mais do que assistimos ou vivenciamos. Tem significados muito mais amplos. Traduzir esse significado seria um enorme passo.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – Gostaria que os profissionais canalizassem essa paixão que tem pela profissão e pelos projetos, para ter mais capacitação, organização e sistematização. Aqui fora do Brasil todos os eventos e ativações são extremamente bem planejadas, então as variáveis não controláveis são menores. Em uma indústria em que não há ensaios isso ajuda muito. O Brasileiro trabalha com emoção, diferente do europeu e do americano que trabalham com planejamento. Estamos envolvidos no projeto do Super Bowl e impressionadíssimos com todos os processos que vemos. Uma indústria real e muito profissional.
RODRIGO CORDEIRO – Promoveria a maior maturidade nas relações entre os elos da cadeia produtiva, trabalharia na capacitação e formação de mão de obra e por fim, buscaria convencer aos governos o tamanho do legado de eventos quando realizados de forma integrada com o destino.
ROLAND DE BONADONA – Leis trabalhistas.
SERGIO PASQUALIN – Buscaria um entrosamento maior dentro do próprio setor visando uma representatividade mais organizada para ter condições de participar de uma maneira mais eficaz junto ao governo a nível federal, estadual e municipal.
TONI SANDO – Tornaria o setor ainda mais profissional, onde as entidades de turismo tivessem apenas pontos em comum e trabalhassem para seu real desenvolvimento. Por muitas vezes, percebe-se esforços pessoais e puramente políticos, com forças que visam mudar o que já dá certo e está consolidado. Há muito o que se fazer e que exige profissionais, empresas e entidades sérias e focadas em resultados.
A comunicação. Falta um envolvimento entre a cadeia produtiva de turismo e viagens com o setor de eventos, para proporcionar mais negócios e parcerias. A necessidade é de mais conexões e sinapses entre os profissionais.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – Temos que investir em formação das pessoas e na conscientização dos clientes.
WILSON FERREIRA JR. – O modelo de relacionamento entre clientes e agências precisa ser revisto para ser efetivamente sustentável. A ideia de fazer concorrências por job, mesmo de pequeno porte, precisa evoluir para algo mais sustentável. Relacionamentos avaliados por KPIs, contratos de prazo razoável. É necessário eliminar o imenso desperdício de energia, recursos e talentos existente hoje. Para que todo a cadeia saia ganhando.
4. O que você gosta mais na indústria de eventos?
ADENAUER GÓES – A capacidade de mobilizar e promover uma grande circulação de pessoas e com isso gerar receita para praticamente todas as atividades transversais do turismo, como as redes de hotéis e restaurantes, agentes de viagens, transportadoras turísticas, companhias aéreas, centros de convenções, logística, etc. Na indústria de eventos fica muito claro o entendimento do turismo como atividade econômica, e o quanto esta atividade é capaz de gerar renda, emprego e desenvolvimento. Um estudo do Sebrae revela que esse segmento movimentou R$ 209,2 bilhões em 2013, o que representa uma participação do setor de 4,32% do PIB do Brasil. É inegável sua importância.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – Trata-se de uma indústria que promove experiências e causa impacto positivo na vida das pessoas, além do fato de ajudar a compartilhar conhecimento e inovação.
ANITA PIRES – O que mais me encanta nesse mercado e o potencial de transformação do mundo.
BRUNO OMORI – A criatividade e capacidade de adaptação do mercado para criar diferenciais para os clientes.
CÉLIO ASHCAR – Eu gosto do nosso poder de criatividade e execução. No Brasil, temos um alto grau de superação e inovação nos eventos. Mas não podemos acomodar, temos que estar atentos a novos formatos e novas tendências.
CELSO ANTUNES – A eterna necessidade de não fazer a mesma coisa da mesma maneira. É uma indústria aberta a novos formatos, a novas formas de fazer, onde a criatividade não está apenas na forma, mas também nos conteúdos. Isso é muito raro e muito rico.
CHIEKO AOKI – A indústria de eventos é apaixonante porque cada evento é único e a excelência é infinita. Cada evento exige forte coordenação, criatividade, personalização, cuidados com o perfeito funcionamento de muitos detalhes, capacidade de prevenção de eventuais situações de risco assim como de solução imediata, bem como ter olhar e interesse ampliado para diferentes setores como artes, cultura, culinária, design e outros que contribuem para que o evento não seja igual do mesmo, apesar de serem similares. O dinamismo da equipe de eventos é muito especial e inspirador porque são profissionais que compartilham intensamente das expectativas e do sucesso de cada evento dos clientes, perguntando, executando, fazendo recomendações e convivendo todos os momentos de dedicação com os responsáveis pelo evento.
CIRCE JANE – Do fato de ser uma “mídia-meio” eficaz e aberta a inovação.
DARLENE LOFARE – Dinâmica da gestão. São desafios diferentes a cada evento.
EDUARDO SANOVICZ – A diversidade de programas de trabalho, de desafios a enfrentar para entregar bons resultados em um ambiente competitivo e criativo.
ELZA TSUMORI – Continuo entoando o mantra: “ver in loco acontecer a comunicação, usando todos os sentidos que os seres humanos possuem para interagir”.
FERNANDO GUNTOVITCH – Gostamos de estar próximos ao consumidor. Mais do que um evento, sentimos necessidade de nos conectarmos com nossos clientes, entregando experiências únicas com agilidade, tato, preço justo e excelência. A expectativa dos clientes de medir a efetividade dos eventos com a mesma métrica de outras ferramentas. Experiência é mais pessoal. É diferente de um comercial de TV e logo deve ser avaliado de maneira diferente. Devemos entender que ferramentas diferentes trazem significados diferentes… é a velha questão sobre o que é mais importante, um número total ou um engajamento real e perene.
GAETANO LOPS – Da adrenalina de realizar eventos e do que causamos quando acertamos: lágrimas, emoção, aplausos. Como medir ROI disso? Não tem preço.
JÚLIO URBAN – É apaixonante, cria laços de amizades duradouras e constrói a necessária coragem de enfrentar os desafios que são constantes.
LUIGI ROTUNNO – A grande versatilidade que ela apresenta, permitindo movimentar praticamente vários setores durante a realização de um evento, desde o evento propriamente dito, até o turismo de lazer, pois é sabido que muitos visitantes estrangeiros que vêm ao Brasil participar de congressos, por exemplo, esticam sua estada para conhecer destinos turísticos brasileiros.
MARCIO CARVALHO – Experiência, ao vivo, interação real de pessoas, o fato de podermos trabalhar com os diversos sentidos das pessoas.
MARI VIANA – A possibilidade de apresentar soluções de todo país, por alguns dias, no mesmo espaço para o mundo todo. Se visto com este olhar, o investimento parece ser muito vantajoso.
MAURICIO CAVICHION – Os impactos que promovemos nas comunidades seja com geração e distribuição de rendas, empregos, conhecimento, alegria. Organizar evento, seja ele de qualquer segmento, significa MARCAR POSITIVAMENTE A VIDA DAS PESSOAS.
MAURÍCIO MAGALHÃES – Ela é uma indústria humana, ela é tátil, pessoal, ela é experiência na veia. É nos eventos que as pessoas se encontram, por mais caretas britânicos ou germânicos que sejam. A indústria de eventos permite uma coisa simples: o encontro presencial.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – Como citado acima, a falta de profissionalismo da mão de obra existente. As pessoas têm vontade, boa intenção, mas não tem experiência para prever, pois para prever e necessário ter passado ou estudado situações similares, o que em eventos e um desafio. Cada evento é um evento. Eventual, não repetido anteriormente. Então falta planejamento. Aqui engenheiros implantam processos produtivos e encaixam os produtores com expertise. No Brasil a boa vontade e tentativa e erro vencem.
RODRIGO CORDEIRO – Promoveria a maior maturidade nas relações entre os elos da cadeia produtiva, trabalharia na capacitação e formação de mão de obra e por fim, buscaria convencer aos governos o tamanho do legado de eventos quando realizados de forma integrada com o destino.
ROLAND DE BONADONA – Entusiasmo, reatividade, criatividade, e capacidade de mobilizar energias para fazer acontecer.
SERGIO PASQUALIN – Os eventos fazem parte de todos os setores da economia. Portanto tem uma dinâmica única, estarão sempre presentes em qualquer situação que envolva gente, e como vivemos numa sociedade movida por pessoas, os eventos sempre farão parte de nossas vidas.
TONI SANDO – É um setor que é o coração de diversos outros setores. Ela bombeia sangue que alimenta a economia de diversos segmentos, da mecânica à literatura, de maquiagem a equipamentos rurais, graças seu grande poder de gerar buzz, chamar a atenção da mídia e de compradores, de trazer novidades, de unir profissionais de interesse em comum e muito mais. Tudo, claro, incrementando a economia do destino que o realiza.
Um dos principais problemas é se preocupar no lugar de se ocupar. Acompanhamos diversas mudanças, sejam ocasionadas por fatores político-econômicos, sejam as resultantes de tecnologias emergentes. É preciso colocar a mão na massa, buscar por novas soluções e oferecer uma experiência cada vez mais marcante nos eventos.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – As diversas oportunidades de negócios (estandes, cenografia, displays, shows, convenções, etc.) e diferentes mercados que podemos atuar (alimentação, automobilístico, farmacêutico etc.), nos dá a possibilidade de reciclar nosso negócio e nos dá uma atuação ampla.
WILSON FERREIRA JR. – Existe uma mágica nos encontros. Nada substitui a interação ao vivo entre as pessoas. Eventos permitem comunicar, emocionar, proporcionar experiências enriquecedoras.
5. Qual é o maior problema de nossa indústria?
ADENAUER GÓES – A dependência do setor público.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – A indústria de eventos possui alguns gargalos históricos, como por exemplo:
Imposição da alteração da Lei 8666 no que tange a contratações governamentais das empresas de eventos;
- Flexibilização para o mercado de eventos, nos moldes do que ocorreu na Copa do Mundo e ocorrerá nos Jogos Olímpicos, dos artigos 443, parágrafos 1º e 2º, 445, 451 e 452 da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – Contratação de mão-de-obra com prazo determinado;
- Fim da tributação em cascata para as empresas de eventos que atendem ao Poder Público por meio de licitações, tendo em vista que a Lei 11.771 define como remuneração das empresas de eventos “o valor cobrado pelos serviços de organização, a comissão recebida pela intermediação na captação de recursos financeiros para a realização do evento e a taxa de administração referente à contratação de serviços de terceiros”;
- Revisão da Lei 11.771 – Lei Geral do Turismo.
ANITA PIRES – A meu ver é a incapacidade da cadeia produtiva de entendimento do potencial e a força que possui se estivessem em rede.
BRUNO OMORI – Nas esferas Federal, Estadual e Municipal, o poder executivo definir o setor de Turismo que engloba os eventos como Fator de Desenvolvimento Econômico e Social, com a maior capacidade de geração de emprego e renda e possibilidade de proporcionar o crescimento da economia.
CÉLIO ASHCAR – Acredito que ainda seja o entendimento do cliente da importância da ferramenta eventos como estratégia de negócios e resultado. Somos uma ferramenta forte de relacionamento, vendas e fidelização.
CELSO ANTUNES – Uma certa ‘juniorização’ tanto das agências quanto dos clientes, com profissionais pouco preparados em posição de decisão.
CHIEKO AOKI – Acredito que seja a capacitação de profissionais. As empresas ainda consideram a realização de eventos como complemento e não como atividade importante para o seu negocio, correndo o risco de ser eliminado em tempos de crise. Buscam outros meios de comunicação e de interação com o mercado, clientes e equipes, com consequente redução de profissionais e de investimento na atividade, como um todo.
CIRCE JANE – A carência de capacitação, legislação inadequada e a pouca valorização do turismo de negócios e eventos no país.
DARLENE LOFARE – Tributação e amadorismo.
EDUARDO SANOVICZ – A diversidade de programas de trabalho, de desafios a enfrentar para entregar bons resultados em um ambiente competitivo e criativo.
ELZA TSUMORI – Não saber o real valor e dimensão de ser uma “indústria” e, por consequência não agir como tal .
FERNANDO GUNTOVITCH – Como já falado, acreditamos que a falta de integração seja o maior problema da indústria de eventos, e por isso buscamos cada vez mais mudar esse cenário. A questão da efetivação, do resultado. Nesse cenário, a tecnologia ajuda muito, ela possibilita a identificação do ROI do evento. Com isso a participação ou desenvolvimento de eventos deve ganhar ainda mais força
GAETANO LOPS – A indústria pensa pequeno. As agências do setor vivem reclamando que querem ser “estratégicas”, mas não se colocam nessa posição. Não se unem por esse objetivo. Isso mata o setor.
JÚLIO URBAN – Desconhecimento da nossa importância e falta de estatísticas confiáveis para demonstra-la.
LUIGI ROTUNNO – Creio que esta resposta está ligada à pergunta número 3. Muitos de nossos problemas decorrem dos pontos que não são devidamente trabalhados pelos poderes públicos, impactando negativamente nossa atividade, como a falta de regulamentação em áreas importantes, aspectos tributários que muitas vezes inviabilizam o desenvolvimento pleno do setor, entre outros.
MARCIO CARVALHO – A banalização do trabalho (o nosso mercado é um dos únicos que entrega trabalhos de graça) e o modelo de remuneração estabelecido.
MARI VIANA – Cada vez mais, o custo da participação em feiras está se tornando inviável, não só pelo investimento das empresas participantes, como também pelo alto custo de trazer os visitantes. Não percebi nenhum movimento significativo da indústria de eventos, para oferecer vantagens para os visitantes das feiras, ao contrário, quando as maiores feiras ocorrem, os custos altos são mantidos para que se obtenham vantagens nestas datas.
No meu ponto de vista, seria nos momentos das grandes feiras, que os hotéis e outros serviços deveriam ter as maiores promoções e pacotes para atrair maior público, especialmente em grandes cidades como São Paulo.
MAURICIO CAVICHION – A união do setor é muito diferente no discurso e na prática. Precisamos melhorar na agressividade comercial internacional e competitividade de alguns destinos e equipamentos. Sem esquecer dos antigos gargalos como tributação, reforma trabalhista e falta de incentivo e linhas de investimentos arrojadas a alguns segmentos da nossa rica indústria.
MAURÍCIO MAGALHÃES – É a falta de capacidade de traduzir eventos numa perspectiva mais ampla. Na prática, quando chega a segunda-feira, já estamos esperando o sábado e o domingo. Quando chega março, já esperamos as férias de julho. Quando chega setembro, já ansiamos o final do ano. Ou seja, estamos sempre pensando com cabeça de eventos e em seus significados, e às vezes somos materializados por tubo, champanhe, som, luz. E somos muito mais que isso, essas coisas são apenas ferramentas.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – Ainda bato em cima de mão de obra especializada e desafios de visão dos players do mercado. Houve uma época em que os produtores seniores abriram agencias de operação para oferecer custos mais baixos no mercado. Essas empresas estão tendo dificuldade no mercado pois não tem especialização, fazem operação de montagem e não tem expertise, brigam por preço e são as que mais estão sofrendo agora. As agencias maiores estão se especializando e profissionalizando e reinventando. Como o Brasileiro é criativo, estou super curiosa para ver como o mercado vai ficar
RODRIGO CORDEIRO – Aqueles apontados na resposta da pergunta 3. Depois dessas missões cumpridas sobrará uma outra lição de casa para o setor, que é saber apresentar seus dados e números e com eles ganhar a relevância que merecemos.
ROLAND DE BONADONA – Falta de planejamento e de organização.
SERGIO PASQUALIN – Vejo algo muito claro em nossa indústria que é a falta de entrosamento dentro do próprio setor, refiro-me à falta de lideranças nacionais, que na realidade deveriam ser fruto de lideranças regionais com potencial de entendimento nacional.
Por outro lado, reconheço que o mercado tem condições de oferecer nomes de profissionais e empresários com características para ocupar este espaço, que hoje já é muito bem trabalhado pelos atuais líderes.
Com relação ao tema novas lideranças permito-me citar alguns nomes que devem ser olhados com atenção Alexandre Sampaio, Toni Sando, Bruno Omori, Rogerio Hamam, entre outros.
TONI SANDO – Trazendo a questão para o São Paulo Convention & Visitors Bureau, o problema é a conscientização em relação ao Room Tax, contribuição facultativa paga pelos hóspedes por diária nos hotéis associados. É a principal renda da entidade, que permite a continuidade e melhora do trabalho de captação de eventos.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – Hoje o maior problema que enfrentamos, além da falta de profissionalismo, é o desrespeito e a canibalização do nosso negócio em função das concorrências desleais, com prazos cada dia mais insanos e principalmente pelo fato dos projetos não serem cobrados.
Outro fator importante e muito prejudicial é que não conseguimos ter visibilidade do nosso negócio a longo prazo. Trabalhamos no dia a dia, sem conseguir saber o que faremos com uma antecedência maior do que no máximo 3 meses.
Isso nos dá uma incerteza constante e aumenta os gastos na produção pois não temos como negociar com fornecedores e fazer uma previsão das compras e despesas.
WILSON FERREIRA JR. – O modelo de relacionamento entre clientes e agências, como já citei.
6. Qual o desafio mais significativo que acredita irá enfrentar nos próximos anos?
ADENAUER GÓES – Creio que será a promoção, o marketing, a publicidade e propaganda. Com o país ainda vivendo uma crise financeira, fiscal e até mesmo uma indefinição no campo da política, os recursos para este setor que exerce papel fundamental no turismo costumam influenciar. Mais do que nunca será preciso inovar, sermos criativos e buscar alternativas inteligentes para mobilização e deslocamento das pessoas.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – Acredito que o desafio é unir os empresários, entidades e outros atores do setor de eventos para lutar pelos interesses comuns junto ao governo e ao mercado.
ANITA PIRES – A crise política, econômica e de valores.
BRUNO OMORI – Proporcionar para os clientes experiências diferenciadas unindo a tecnologia ao atendimento pessoal e diferenciado.
CÉLIO ASHCAR – Os desafios sempre serão os mesmos: capacitação, inovação e valorização.
CELSO ANTUNES – Não apenas sobreviver à crise, mas encontrar formas de CRESCER nela. Não é fácil mas é possível.
CHIEKO AOKI – Temos capacidade para atrair e realizar maior volume e tipos de eventos nacionais e internacionais. Nosso desafio é sermos um destino competitivo em custos, segurança, gestão, eficiência profissional, enfim continuamente desafiar-nos para sermos destino relevante, que está entre “top of mind” como destino para turismo, eventos e negócios.
CIRCE JANE – Gestão pública de credibilidade para investir no setor.
DARLENE LOFARE – Instabilidade econômica e política que influencia no planejamento das empresas.
EDUARDO SANOVICZ – Idem questão 2.
ELZA TSUMORI -O desafio de traçar uma visão futura mais ousada e de acordo com as oportunidades que o Brasil terá, nos diferentes segmentos da indústria de eventos. O Evento precisa ter um grande projeto que poderá balizar o seu desenvolvimento, de forma orquestrada e holística.
Eu digo visão ousada e no futuro de forma geral, mas já vejo acontecendo muita coisa que transparece perigo, se ficarem estagnados. Por exemplo, o mercado de naming rights, com eventos de grande repercussão na mídia e redes sociais está em expansão nos EUA e Europa. Envolve mix de cultura pop; games, entretenimento e área esportiva e está de olho no mercado brasileiro. Precisaremos estar preparados para sermos atores principais nos negócios e não fornecedores e coadjuvantes.
Eu vejo também um gap para que sejamos exportadores de eventos, ao menos para países da América latina.
FERNANDO GUNTOVITCH – O desafio mais significativo que o mercado irá enfrentar nos próximos anos será a visão integrada do consumidor, que tem uma consciência cada vez mais mercadológica e por isso cobra por mais informações. Para superar esse desafio temos o DigitaLive, que é uma nova metodologia de trabalho, e garante integração, inteligência e informação ao cliente.
Não há dúvida que sim. Além da indústria ser responsável por um grande impacto sócio econômico e ambiental, e só por isso, deve agir com ética e respeitando as normas de certificação, o consumidor hoje cobra ainda mais uma postura sustentável. Você não pode ter um evento de uma marca que prega algo que é diferente daquilo que é exposto – a mesma coisa alguém que defende os direitos dos animais usando um casaco de couro… Tudo comunica, inclusive a maneira como fazemos nosso trabalho.
Além disso, estamos lidando com o público, e a marca é a grande responsável. Nessa hora todo cuidado e segurança é pouco. Mais uma vez, a ação deve refletir a marca e nenhuma marca quer colocar seu consumidor em perigo.
GAETANO LOPS – A ambição da Gael é ser reconhecida como a agência mais criativa do setor. O maior desafio não está em ter grandes ideias, mas em convencer os clientes a terem coragem de realizá-las.
JÚLIO URBAN – Falta de mão de obra qualificada e aposentadoria de grandes profissionais que não vemos substituição planejada.
LUIGI ROTUNNO – A travessia do momento atual para um cenário de crescimento econômico creio que seja o maior desafio que a indústria tem. É preciso se adaptar às novas tecnologias e tendências mundiais e lutar para buscar o retorno de investimentos (ROI) para a saúde dos negócios.
MARCIO CARVALHO – A transição do modelo de negócios atual para o próximo, que não sabemos ao certo qual será.
MARI VIANA – Sobreviver as margens de lucro cada vez menores. O balanço dos últimos 3 anos, mostra que o capital de giro tem beirado a zero.
MAURICIO CAVICHION – Restruturação das empresas. Muitas fusões irão acontecer, grandes forças nacionais irão surgir.
MAURÍCIO MAGALHÃES – No campo internacional, a ressaca que ficamos da Copa e Olimpíada. No campo nacional, acredito que geraremos boas oportunidades de destino, de fluxo, de turismo, eventos culturais, esportivos, gastronômicos, religiosos, culturais, pois acredito que temos essa vocação. Então teremos uma epidemia de eventos internos e isso é será maravilhoso. Sem falar que é ano de Rock in Rio.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – Muito! São a ponta da ” cadeia alimentar” ;-). Se não estivermos muito antenados com as tendências, não ficarmos em linha com os objetivos corporativos dos nossos clientes e deixarmos eles em saia justa, pois nos mostramos a “carinha” deles para o público. Qualquer problema de planejamento estrutural nosso recai sob a imagem do cliente .
Segurança precisa ser a prioridade número um pois uma notícia de segurança derruba anos de trabalho de imagem da empresa cliente, vide a tenda que caiu em Sauipe. A montadora da tenda teve um problema de segurança e o cliente por anos ficou com o estigma .. Boa parte das agências não considera e os clientes mais jovens e ambiciosos cortam as providencias de segurança como seguro.
RODRIGO CORDEIRO – A completa mudança de razões que levam as pessoas / empresas / instituições a participarem de eventos e o quanto isso vai impactar o mercado presente e futuro dos eventos.
ROLAND DE BONADONA – Capacidade de se reinventar junto a onda da transformação tecnológica & digital.
SERGIO PASQUALIN – A principal mudança que vejo num futuro próximo é que varias empresas ainda não reconheceram a maneira que os clientes, os consumidores estão interagindo com o mercado.
Refiro-me ao contato direto cliente /consumidor passando por cima dos vários intermediários.
Isto não significa que estes deixarão de existir porém haverá a necessidade de mudança de novos caminhos a serem trabalhados.
TONI SANDO – Fazer mais com menos. A crise econômica e política é real e todos percebem. Entretanto, as expectativas continuam as mesmas ou estão até maiores. O desafio está em ter resiliência perante os desafios que surgirem, buscar inovação e soluções criativas que atendam bem às demandas.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – O desafio é constante e são diversos, mas vai permanecer quem souber se adaptar e acompanhar as mudanças e principalmente souber administrar seu negócio. As margens apertadas e as formas de pagamento que os grandes clientes impõe hoje exigem do profissional que estiver atuando nesse mercado, um amplo conhecimento do seu negócio e uma conscientização de suas limitações e riscos, para permanecer e se fortalecer.
WILSON FERREIRA JR. – Fazer evoluir o modelo de relacionamento entre clientes e agências para algo mais sustentável e maduro. Os princípios de valor da Ampro precisam ser absorvidos pela cadeia e aplicados. Isso transformará o mercado e seus players para muito melhor, garantindo a evolução para novos patamares
7. Profissionais de eventos devem prestar atenção extra para as questões sociais, sustentabilidade, segurança etc.?
ADENAUER GÓES – Não tenho dúvidas quanto a isso. Um evento compõe uma cadeia complexa de prestação de serviços e ofertas de produtos ao consumidor. Os profissionais devem estar atentos a tudo que possa impactar negativamente a realização do evento. Os aspectos sociais, de sustentabilidade, de segurança, jurídicos, dentre outros, estão entre eles. Os profissionais devem zelar por todos os itens sob pena de qualquer mínima falha possa afetar a credibilidade e a imagem do evento e da instituição a qual representam.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – Com certeza. A tendência mundial é que cada vez mais tenhamos eventos sustentáveis, atentos às questões sociais e, claro, com segurança. Aliás, a segurança é uma tendência de destaque para este ano que se inicia, para evitar incidentes nos eventos e pensar este item de uma forma mais ampla, desde o deslocamento nos aeroportos até o local de realização e nas grandes aglomerações.
ANITA PIRES – Sempre! Ou cuidamos do planeta, das pessoas e das cidades ou sucumbimos.
BRUNO OMORI – Todos os processos dos eventos precisam ter uma visão sustentável que compreendem os 3 pilares essenciais o social, econômico e de meio ambiente.
CÉLIO ASHCAR – Sempre. Temos que usar os eventos para também passar mensagens sociais e sustentáveis. O mundo está em constante transformação e temos que acompanhar as mudanças.
CELSO ANTUNES – Sempre. Cada vez mais. Esse caminho já começou e ele é absolutamente irreversível (felizmente).
CHIEKO AOKI – Estas questões são hoje pontos de atenção de todo cidadão, das famílias e das diretrizes e valores das empresas, onde eventos está inserido.
CIRCE JANE – Sim, ter um olhar sistêmico e incluir com responsabilidade.
DARLENE LOFARE – Sim, faz parte do cenário definitivo a partir deste século.
EDUARDO SANOVICZ – Sim, sempre.
ELZA TSUMORI – Eu defendo a sustentabilidade como questão básica para tudo. Senão, não vai ter qualidade de vida. Esta questão deveria ser levada mais a sério e com maior profundidade no entendimento. Segurança? Para mim é parte integrante da sustentabilidade.
FERNANDO GUNTOVITCH – Sempre. Não só como profissionais, mas acreditamos que essas preocupações fazem parte do papel de cidadão. Fazemos a nossa parte buscando um cuidado com o mundo e com o próximo.
Para o público, acredito que a conexão de todas as plataformas, que gerará uma grande experiência, interativa, com informações. Para as marcas, informação em real time. Tecnologias que permitem identificar o comportamento do público no evento. Teremos uma visão raio X do evento, seus resultados. E mais legal ainda, a tecnologia não se limita ao evento, acompanhamos o consumidor além desse momento, entendendo o evento como parte de uma rede e não um momento isolado.
GAETANO LOPS – Sim. Na verdade, deveria ser uma obrigação de todos os profissionais do setor. Depois que realizamos o Boulevard Olímpico ano passado, aproximadamente 3 km de lonas vinílicas utilizadas no evento iriam para o lixo. Tivemos a ideia de reaproveitar isso e fechamos uma parceria com a ONG Tem Quem Queira, que produziu mil bolsas com esse material dentro do presidio de Bangu, dando oportunidade para presidiárias diminuírem suas penas trabalhando. Compramos todas as bolsas e demos de presente de fim de ano para todos os clientes, prospects e parceiros. A Adriana, dona da ONG, me perguntou porque eu estava comprando as bolsas e não oferecendo para os patrocinadores do evento ou mesmo as pessoas que trabalharam comprarem, e disse que esse era o nosso compromisso. Temos que ter a obrigação de fazer esse tipo de ação, por princípio.
JÚLIO URBAN – Sempre vivemos com um olhar apara questões sociais, sustentabilidade e segurança desafios que se tornarão mais evidentes a cada projeto.
LUIGI ROTUNNO – Atualmente, esta exigência está cada vez mais deixando de ser um item opcional e passando a incorporar o DNA do profissional da indústria. Os eventos, em geral, trazem toda a preocupação com estes itens, que muitas vezes fazem parte do conceito das empresas que estão promovendo estes eventos. A segurança, que durante muitos anos não fazia parte do check-list com profundidade, hoje ocupa grande espaço na organização, envolvendo planos de crise contra-ataques terroristas, por exemplo. O profissional deve estar cada vez mais antenado e preparado para lidar com estas questões na hora de trabalhar em determinados eventos.
MARCIO CARVALHO – Todas as pessoas, sem exceção, deveriam se preocupar com essas questões.
MARI VIANA – Sim, não se pode ter longevidade sem pensar nas questões sociais. É preciso observar como a indústria de eventos vem funcionando e reavaliar as posições, desde as empresas, passando pela prefeitura e governo.
Sustentabilidade, é um tema que me inspirou a estudar e aplicar soluções para eventos empresariais. A partir deste ano, este tema sai do meu foco. Constatei que não há interesse no mesmo.
Segurança, deveria ser obrigação, deveria ser o mais importante ponto a ser observado nos eventos, considerando o número de pessoas que circulam nos eventos, desde a montagem, passando pelo evento até a desmontagem.
Somos todos responsáveis pelas vidas que circulam nos eventos, e não adianta apontar o dedo para o outro.
As organizadoras, deveriam obrigatoriamente, colocar fiscais capacitados para avaliar as obras e as interditarem se necessário; deveriam fazer uma ampla campanha sobre este assunto e atuar com firmeza.
As organizadoras, colocam em seus manuais a obrigatoriedade de seguros, e lavam as suas mãos, não exigindo as apólices de seguro como documentação obrigatória.
O tema seguro, por vezes parece atrair “mau agouro”, uma tolice pensar assim.
Há 02 anos, desenvolvi junto a minha corretora, uma maneira simples e eficaz, na qual com um simples “X” por um valor médio de R$500,00 (quinhentos reais) todos os nossos eventos recebem apólices de seguros pelo menos uma semana antes do início das montagens nos pavilhões. Desisti de falar isso para o mercado, pois alguns colegas dizem: …” não faço estandes para cair…”Como se os mesmos fossem onipresentes.
Recomendo que este assunto seja tratado com mais seriedade
MAURICIO CAVICHION – A forma de consumo mudou e isso é muito positivo. Os profissionais de eventos atentos as questões sociais, sustentabilidade e segurança certamente serão os que gerarão as melhores entregas e maiores resultados, inclusive os financeiros a seus clientes, parceiros, patrocinadores. Todos as que tiverem esta atitude serão os protagonistas do setor. Vale reforçar que 2017 a ONU elegeu como o ano mundial do turismo sustentável. Tem muita mensagem e tema de casa nesta decisão.
MAURÍCIO MAGALHÃES – Já deveriam estar prestando! São preocupações absolutamente reais e nosso próximo avanço está no campo da tecnologia, no campo da igualdade, tanto que essas questões já estão atrasadas.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – Ahhhhh essa eu não posso contar pois já estamos trabalhando nisso 😉
RODRIGO CORDEIRO – A sustentabilidade deve agora ser a nova forma de fazer o evento, compreendendo que não significa puramente cuidar do meio ambiente, mas sim entender que sustentabilidade é o novo jeito de ser dos jovens, que são os participantes presentes e futuros dos eventos que organizamos.
ROLAND DE BONADONA – Claro, nem mais nem menos que profissionais de outros setores.
SERGIO PASQUALIN – Não há dúvida que as questões sociais e sustentabilidade são irreversíveis.
Definitivamente são temas inadiáveis.
Nosso planeta não aguenta mais desaforo. Em minha opinião as medidas tem que ser drásticas. Por mais difíceis que sejam as consequências econômicas temos que dar um basta.
Onde se enquadra o profissional de eventos nesta situação? Exatamente como todos os outros seres humanos de bom senso, reconhecendo esta necessidade e saber se posicionar contra.
Com relação às questões sociais, está mais do que claro que o modelo atual está totalmente desequilibrado.
A situação é tão confusa em todos os níveis que minha sugestão neste, momento é que cada um de nós haja de maneira correta não aceitando que coisas erradas aconteçam do nosso lado ficando quietos.
TONI SANDO – A sustentabilidade não é algo a mais que o evento faz, mas sim, uma obrigação constante. Desde a acessibilidade dos Centros de Convenções, comunicação em libras e braile, arrecadação e doação para entidades filantrópicas, contratação de pessoas com deficiência, painéis e palestras que abordem o assunto e mais. Já que o setor já é tão inclusivo em abranger e incrementar a economia de diversos outros segmentos, é preciso que também abrace outras diversas questões que desenvolvam a sociedade como um todo.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – Sim, claro! A responsabilidade social é responsabilidade de todos e deve fazer parte dos negócios de uma empresa, qualquer que seja o seu ramo de atuação. Isso produz ganho de imagem institucional e de benefícios internos e externos para todos.
WILSON FERREIRA JR. – Claro, como todos os outros dos outros setores. E é necessário também curiosidade a respeito da evolução da tecnologia em nosso business.
8. Qual será a próxima “grande sacada” em eventos?
ADENAUER GÓES – Ir até o consumidor final. Fugir dos modelos tradicionais para criar um ambiente atrativo e de interação entre público e quem vende, seja produtos, serviços ou conhecimento. Já temos visto algumas ideias serem postas em práticas com brilhantismo, mas ainda é um movimento pequeno no mercado nacional. É o que pretendemos para a Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA) em sua próxima e renovada versão. Mais do que conquistas, é preciso encantar o consumidor.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – A grande sacada será saber utilizar a inteligência artificial e o chamado “big data” atrelados às novas tecnologias disponíveis no mercado para promover cada vez mais eventos e também atrair participantes
ANITA PIRES – Ainda é a inovação.
BRUNO OMORI – Atender as demandas das gerações (baby boomer, X, Y e Millenium) que divergem na idade, mas estão próximos em comportamentos de consumo como a tecnologia ou vivencia de experiências diferenciadas.
CÉLIO ASHCAR – A multiplicação e engajamento da informação. Nem todo mundo pode ir num evento, mas todo mundo pode ser impactado pelo evento.
CELSO ANTUNES – A interação com o universo móvel. Ainda há um longo caminho a ser trilhado entre o virtual e o real em nosso ramo de atividades. O evento ainda demanda a proximidade física dos participantes, mas o ciclo como um todo tende a ser aumentado através de interação em canais digitais.
CHIEKO AOKI – Não tenho bola de cristal mas acredito que os robôs, internet e todas as formas de tecnologia influenciarão na captação, criação, execução, custos dos eventos. Os painéis utilizados em eventos serão substituídos por imagens que podem ser facilmente “montados” e trocados; robôs inteligentes substituirão atividades humanas; tecnologia unirá eventos globalmente e de forma simultânea com mesmo impacto, etc. Em termos de futuro, só posso dizer que daqui para frente, tudo pode mudar e rapidamente, de forma hoje considerada impossível.
CIRCE JANE – O segmento se fortalecer em políticas estratégicas, especialmente em números, pesquisas, índices favoráveis no ambiente econômico.
DARLENE LOFARE – Neste ramo o segredo é a alma do negócio. Mas sempre colocamos que a responsabilidade social com as verbas alocadas e a transparência faz a diferença como empresa e cidadão.
EDUARDO SANOVICZ – Confesso que não sei responder.
ELZA TSUMORI – A grande sacada é a volta ao básico: valorização do ser humano em toda a extensão do seu significado.
FERNANDO GUNTOVITCH – Acreditamos que a próxima sacada sejam os eventos responsivos. O DigitaLive, por exemplo, traz informações específicas de cada indivíduo, e assim, entrega experiências completamente personalizadas. Assim, podemos impactar o consumidor desde a comunicação que ele recebe em casa, até a sua participação em uma promoção, evento ou ativação.
As inovações que permitem informação. Como citei, é muito importante saber qual a real percepção das pessoas sobre o evento, qual o comportamento delas e hoje existem tecnologias que conseguem nos trazer essas informações.
GAETANO LOPS – Temos dedicado bastante tempo em estudar os consumidores para tentar propor ações que realmente sejam diferentes do que já foi feito. A tecnologia é essencial para isso, mas o estudo do comportamento humano é fundamental. Não acredito mais nos modelos antigos. Vamos usar como exemplo os tradicionais festivais de música: se não se reinventarem vão acabar no esquecimento.
JÚLIO URBAN – Continuar produzindo conhecimento, no portal Miceonline estamos lançando uma série especialistas em eventos, como eu faço, educar será a grande sacada.
LUIGI ROTUNNO – Os eventos cada vez mais deixam de ser pensados e terem foco em quem está pagando, e voltam-se completamente para a experiência que o participante terá durante o período em que estiver imerso em determinado evento. Isso é uma mudança muito grande, que irá se consolidar daqui para frente. A experiência do participante em detrimento apenas à verba e vontades do organizador do evento.
MARCIO CARVALHO – Descobrir como o evento deve se inserir em um contexto amplo de comunicação, onde o público-alvo não consome mais informações de forma fragmentada, em um modelo que remete ao pensamento industrial. Em outras palavras, descobrir a melhor forma de usar o evento como ferramenta dentro de um contexto de pensamento digital.
MARI VIANA – O desenvolvimento de eventos internos nas grandes empresas e nas empresas internacionais, por parte dos clientes. A seriedade no cuidado de toda a documentação legal, na produção da montagem e na segurança, por parte das montadoras e produtoras. O comprometimento com os resultados, por parte das organizadoras. A integração dos setores envolvidos e dos formadores de opinião, associações e sindicatos, entre sí e junto a prefeitura e governo.
MAURICIO CAVICHION – Uma delas é gastar menos tempo e por consequência dinheiro com grandes montagens. Não é mais possível locar espaços para períodos significativos de montagem. A tecnologia se somará a sustentabilidade nos estandes e cenografias, por exemplo. Com isso vai se aliar uma interatividade muito maior dos públicos e vai se ampliar a experiência destes públicos com os mais variados conteúdos.
MAURÍCIO MAGALHÃES – A próxima grande sacada é a compreensão que o celular, hoje, é uma extensão do nosso corpo. Ele é orgânico. Os eventos não serão mais contemplados sem essa simples, básica e genial comparação. Essa é a grande sacada, que hoje você só não toma banho de piscina e de mar com o celular. Em todas as outras atividades humanas, eu digo todas, você utiliza seu celular. Essa compreensão é a grande sacada.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – Internet of things está mudando tudo. Desde sistemas integrados pessoais às cidades conectadas.
Vivendo em um mundo em que sua geladeira está integrada com o carro, com o celular e com todo ecossistema de compras domesticas, os eventos mudam completamente. Isso se estivermos falando em um público adulto.
Se o foco são os milleniuns, aí a coisa muda muito mais. Eles não se sociabilizam como as gerações anteriores. E o básico do evento é geração de público em um determinado local em um espaço de tempo. Isso definitivamente não se aplica em uma geração que convive em um universo virtual
RODRIGO CORDEIRO – Entender a razão exata que leva cada participante a participar de um evento e fazer com que TODAS as suas expectativas sejam atingidas.
ROLAND DE BONADONA – A convergência da tecnologia, Big Data, inteligência artificial e redes sociais para criar eventos que concentrarão os investimentos em marketing das empresas e organizações.
SERGIO PASQUALIN – Pergunta de um milhão de dólares.
TONI SANDO – Algo que já está rolando e que precisa apenas de amadurecimento é a utilização de Realidade Virtual, que surge como forma de tornar real uma situação que não era possível até pouco tempo dentro de um centro de convenções. Exemplo disso, o mercado de games vem explorando muito bem o uso desses óculos de realidade virtual para mostrar lançamentos e novas tecnologias. É também uma grande alternativa para apresentar um destino.
Há vários pontos a se analisar. Por exemplo: como gerar experiência a alguém que não foi a um evento? Vemos hoje o desenvolvimento de ferramentas de streamming e do próprio óculos de realidade virtual, capaz de gerar emoções reais mesmo sem estar presente.
E a quem foi? Como podemos potencializar o alcance da experiência? Há formas de dividir essa experiência em tempo real por meio da conexão onipresente, tecnologia móvel e mídias sociais.
WILSON FERREIRA JR. – Empoderamento dos participantes tem de ser explorado cada vez mais.
9. Que inovações tecnológicas você acredita que irão impactar a indústria nos próximos anos?
ADENAUER GÓES – É preciso proporcionar sensações, vivências, experimentação. Reproduzir da forma mais fidedigna possível ao consumidor o que ele pode descobrir e encontrar em outros destinos. E que isso seduza ao ponto de levá-lo a uma tomada de decisão, a uma escolha, que gere uma venda, uma compra, uma receita, que faça a roda da economia girar.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – As inovações tecnológicas só estão contribuindo e dinamizando ainda mais a indústria de eventos. Os principais impactos tendem a ser positivos, com a utilização de aplicativos para facilitar a organização e auxiliar na interação entre os participantes. E, além disso, cada vez a mais a possibilidade de se participar de um evento remotamente, que está ampliando o alcance dos eventos.
ANITA PIRES – Adoção de equipamentos de alta tecnologia, qualificação dos técnicos e profissionais e repensar a dinâmica dos eventos.
BRUNO OMORI – A tecnologia evolui rapidamente e o cliente espera constante inovações nos eventos, sua demanda é de no evento sempre encontrar evoluções e novidades diferentes de seu cotidiano.
CELSO ANTUNES – As relações interpessoais têm se fortificado ao longo dos anos. Redes sociais nos colocam em contato online com um universo de pessoas que nunca antes imaginamos. Se vale no âmbito pessoal, vale também no profissional, com clientes, fornecedores, equipes, stakeholders… está tudo à distância de um clique. Essa velocidade acelerada na comunicação já faz parte do universo dos eventos e a tendência é acelerar ainda mais. Mas a necessidade de reunir, estar “olho-no-olho” com públicos de interesse faz parte da natureza humana e isso garante a sobrevivência do mercado de eventos. A grande diferença é que, online, cada vez mais e mais pessoas passarão a fazer parte desses encontros.
CHIEKO AOKI – Além da tecnologia em realidade virtual, acredito que teremos muitos avanços nas tecnologias existentes em som, iluminação, espaço.
CIRCE JANE – O segmento se fortalecer em políticas estratégicas, especialmente em números, pesquisas, índices favoráveis no ambiente econômico.
DARLENE LOFARE – Na verdade, acredito não em inovação, mas como utilizar o que já existe para viabilizar a indústria de eventos nos seus financiamentos.
EDUARDO SANOVICZ – O avanço das formas virtuais de comunicação entre as pessoas e organizações
ELZA TSUMORI – Continuo achando que a internet das coisas deverá trazer inovações para o nosso setor também.
FERNANDO GUNTOVITCH – Acreditamos que sejam as realidades aumentada e virtual, já que estas unem a procura constante da indústria por novas tecnologias e a busca das pessoas por experiências.
Um profissional que não estiver ligado nas novas tecnologias e no mundo digital estará desatualizado. Além disso, é importante profissionais com visão estratégica, que consigam gerar conexões, adaptar soluções para problemas específicos.
GAETANO LOPS – Wearable, realidade virtual cada vez mais avançada, equipamentos de som, luz e projeção com mais qualidade e definição. Mas nada disso funciona sem criatividade. Uso como exemplo o magnífico número na abertura da Cerimônia Paralímpica que uniu uma dançarina amputada e um robô. Poderia ter sido um desastre, mas a direção de arte da cena a deixou encantadora. Tudo começa com uma boa ideia e passa por arte.
JÚLIO URBAN – Inteligência artificial com certeza e ainda as questões de segurança individual.
LUIGI ROTUNNO – A popularização e o acesso a serviços de comunicação mais eficazes permitirão que os eventos sejam cada vez mais tecnológicos, com interação de participantes em diferentes partes do mundo, por exemplo, que antes estariam juntos em uma mesma sala. Com conexões de qualidade, eles poderão interagir virtualmente por diversas plataformas. Além, é claro, de aplicativos e afins que a cada dia são lançados com foco na experiência do usuário.
MARCIO CARVALHO – Realidade aumentada, impressão 3D, apps, wireless, internet das coisas.
MARI VIANA – Tecnológica isoladamente nenhuma.
MAURICIO CAVICHION – Acredito que a maior inovação não será em forma de novos equipamentos ou dispositivos, e sim, as pessoas realmente aprendendo a entender e combinar as inúmeras diferentes plataformas tecnológicas já existentes, desenvolvendo assim estações e sistemas capazes das mais diferentes tarefas. O grande segredo está na combinação forma+conteúdo = aplicação
MAURÍCIO MAGALHÃES – Muito difícil dizer. A evolução tecnológica está em par e passo com a evolução humana, então se for falar hoje da próxima inovação, quando essa entrevista for publicada, já estarei ultrapassado.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – planejamento, planejamento e planejamento.
As pessoas precisam ficar antenadas em realidade virtual, inteligência artificial, conectividade, internet cognitiva e todas as tendências e novidades do ser humano. Quem acha que fazer evento e fazer festinha, sugiro uma imersão no Google, enxergar o mundo como está hoje e começar a correr atrás de capacitação
RODRIGO CORDEIRO – A tecnologia será a base para atingirmos o que apresento na resposta da questão anterior. Acredito ainda que o que mais utilizaremos ainda não foi pensado e criado, terá que ser, mas contando com o completo envolvimento dos organizadores de eventos.
ROLAND DE BONADONA – Tecnologias audiovisuais & Big data, inteligência artificial.
SERGIO PASQUALIN – É fácil responder. Em 5 anos várias tecnologias de hoje serão obsoletas. Não pare de atualizar-se.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – Gostaria muito de saber e poder me antecipar!!!
WILSON FERREIRA JR. – A inserção dos eventos no ambiente digital, que já é natural em nossa vida cotidiana.
10. Que novas competências devem aprender os profissionais de eventos?
ADENAUER GÓES – As competências primordiais e necessárias a um profissional de eventos são a capacidade de planejar, organizar, ordenar, dirigir e comunicar com excelência, com a definição de metas claras para o alcance dos objetivos, tanto no aspecto quantitativo como qualitativo, sem perder de vista o foco no público-alvo que o evento visa atingir. A ousadia e a criatividade fazem a diferença.
ANA CLAUDIA BITTENCOURT – Acredito que o profissional da área de eventos deve ter múltiplas competências, até mesmo por se tratar de um setor dinâmico e que tem contato com profissionais das mais diversas áreas. Por isso, é importante também estar em constante qualificação para acompanhar as mudanças do setor, e o conhecimento de novas ferramentas tecnológicas que auxiliam na dinamização da organização dos eventos é algo que os profissionais devem aprender.
Trabalhamos este ano para que o dia 30 de abril seja o Dia Nacional do Profissional de Eventos, a audiência pública do dia 12/12/16 foi um sucesso e acreditamos que em 2017 não apenas São Paulo mas todo o Brasil poderá comemorar esta data.
ANITA PIRES – Um olhar atento para o mundo, cada vez mais profissionalização e prestar muita atenção no que pensa seu cliente.
BRUNO OMORI – Os profissionais de eventos precisam antecipar as demandas, proporcionar uma satisfação diferenciada, com foco na fidelização.
CÉLIO ASHCAR – Aprender e entender as novas tecnologias e como usá-las da melhor maneira e atingindo um maior número de pessoas.
CELSO ANTUNES – O foco ainda está muito na tecnologia e pouco nas pessoas. Ainda estamos na era do ‘como’ e não na era do ‘para quem’. Com o tempo, quanto maior for o conhecimento do universo de convidados, mais certeiros serão os eventos. Ou seja, no fundo, um misto de sociologia com análise de redes sociais farão a diferença em um futuro próximo.
CHIEKO AOKI – Todos os profissionais que desejam ser excelentes profissionais, independentemente da área de atuação, devem ter paixão e entusiasmo pelo que faz. São motores que incentivam o aprendizado continuo, buscar a inovação, investir em novas formas de atuar. Atualmente, existem meios de ampliarmos o conhecimento e de melhorarmos a nossa competência. As ferramentas estão disponíveis, basta procurar e dedicar-se a ser melhor. Todas as competências são importantes, desde entender do seu negocio como também de gestão, custos, vendas, etc. Estamos na era do conhecimento, é fundamental investir neste diferencial.
CIRCE JANE – Marketing e gestão inovadora.
DARLENE LOFARE – Comprometimento, paixão e dedicação. Vejo os mesmos, já senhores e senhoras, grandes apaixonados e dedicados. Mas vejo muitos jovens, que vão e vem, sem nem se aprofundarem no setor.
EDUARDO SANOVICZ – O avanço das formas virtuais de comunicação entre as pessoas e organizações.
ELZA TSUMORI – Centrado na dimensão humana, os profissionais de eventos deverão aprender a trabalhar realmente em equipe, em parceria com setores complementares e contratar consultoria de outras áreas humanas (para que possa ampliar a sua visão sistêmica).
FERNANDO GUNTOVITCH – Relação interpessoal. Cremos que os indivíduos são únicos e tem suas características e personalidades, por isso, é essencial conhecer e entender o público com quem se lida. Depois de traçar os perfis, fica mais fácil estabelecer uma relação, prever comportamentos e impactar de forma eficiente. Muito trabalho. Sabemos que o país enfrenta um momento difícil e que as perspectivas para os próximos anos são de dificuldade ainda, mas as marcas não vão parar de fazer eventos ou de se comunicar com os consumidores, eles só vão ter que se tornar mais relevantes e para isso, a única solução é garra, inovação e suor!
GAETANO LOPS – Temos profissionais de várias áreas no nosso setor. De atores a dentistas, de motoristas a publicitários. Mas todos que desejam se aventurar por essa área deveriam estudar mágica e hipnose, pois nosso papel é encantar as pessoas.
JÚLIO URBAN – Humildade, idiomas como o chinês, espanhol, inglês, francês, italiano e hindu.
LUIGI ROTUNNO – Um evento deve gerar uma experiência, portanto, este profissional deve ser preparado para pensar em construir esta experiência que será vivenciada pelo participante do evento. Não terão mais espaço profissionais que não atuarem com este foco
MARCIO CARVALHO – Análise de retorno sobre o investimento, pensamento sistêmico, criatividade, empatia, habilidade de trabalhar em equipe.
MARI VIANA – A PRÁTICA.
Somente profissionais com experiência e vivência em feiras e eventos e em congressos tem estas respostas, todavia, os mesmos não estão integrados as universidades.
Hoje em dia, até um EAD pode propiciar o ensino dos conhecimentos práticos, através de vídeos e palestras. Sabemos quem são os formadores de opinião e os profissionais experientes, sabemos que o custo do desenvolvimento de um vídeo profissional não é alto. A quem compete este trabalho?
Para grandes cidades como São Paulo, novamente cito os líderes e formadores de opinião do setor, como responsáveis por integrarem-se com universidades para encontrarem juntos uma maneira de passar o conhecimento prático.
Vamos pensar juntos: … imaginem que as organizadoras / produtores / empresas, com pouco investimento financeiro (apoiado por prefeitura e governo), mas com um bom planejamento, criassem um programa para estudantes, em seus sites, no qual os alunos poderiam se inscrever, no qual haveria uma “bolsa estágio – paga” para o aluno acompanhar o desenvolvimento do evento: sempre acompanhado por um profissional atuante experiente:
- Vaga para trabalhar no CAEX;
- Vaga para acompanhar a marcação de piso e a fiscalização das montagens;
- Vaga para receber os clientes internacionais;
- Vaga para atuar junto a segurança e bombeiros;
- Vaga para aprender a elaborar um briefing;
- Vaga para acompanhar uma montagem; etc., etc., etc.
- A experiência prática, traria a possibilidade de em menos de uma década, termos melhores profissionais.
- O ganho de um trabalho simples como este é imensurável, tanto para todos.
- O mundo está cada vez mais integrado, é preciso refletir sobre isto.
MAURICIO CAVICHION – Acredito que a principal competência é a mais antiga de todas: Evento é feito por pessoas, para pessoas e com pessoas, ou seja, saber se relacionar e valorizar o “bem” maior, que são as pessoas.
MAURÍCIO MAGALHÃES – Não são novas, são velhas. Entender de gente! Suas idiossincrasias e loucuras. Os eventos trabalham com o lado sensorial, numa compensação do lado emocional, e não devemos nos esquecer disso nunca. Entender Roma como os romanos, a Bahia como os baianos e a Estônia como os estonianos.
NATASHA DE CASTRO CAIADO – Reinvenção total. Desde a forma de abordagem do público, desde a renovação da forma de exposição de produtos em lançamentos a fechamento das contas. Tudo precisa acompanhar a geração de startups, a geração de makers, essa geração que está produzindo ferramentas maravilhosas, e outras bobas, mas que podemos absorver na nossa indústria e melhorar o desempenho
RODRIGO CORDEIRO – Aprender a ser cada vez mais múltiplo e ao mesmo tempo saber compreender demandas e expectativas, ter as soluções de forma pratica e fácil para qualquer desafio que se apresente no mercado.
ROLAND DE BONADONA – Novas tecnologias audiovisuais, marketing digital.
SERGIO PASQUALIN – Como a evolução da informática tem um desenvolvimento incrível, vejo como imprescindível que todos os profissionais, não somente de eventos, se atualizem nesta área.
Paralelamente pelo fato desta evolução tecnológica, tanto qualitativamente e quantitativamente, está existindo um afastamento do lado humano no relacionamento entre as pessoas.
Desta forma recomendo que os profissionais de eventos saibam reconhecer esta necessidade de reaproximação entre as pessoas, pois nosso grande trabalho é fazer com que elas se aproximem dentro de um ambiente carregado de emoção.
TONI SANDO – Antes de aprender, é preciso fortalecer o que é básico – e comum em outros segmentos relacionados a eventos: a hospitalidade. A arte do bem receber vai além da hotelaria e deve ser aplicado nos eventos, nos quais profissionais recebem visitantes durante todo o dia e precisam de uma experiência positiva. Agora, os profissionais também precisam entender quais são as tendências do mercado, como as novas tecnologias, e, se fizer sentido, aplicá-las em seu negócio. É importante que faça sentido, que agregue valor, se não, será uma tecnologia vazia, que, mesmo chamando alguma atenção, pode sair muito caro e não trazer o retorno esperado.
A indústria de eventos está inserida na economia nacional e mundial, assim, é afetada diretamente pelos fatores macro e micro. Vemos feiras diminuindo em tamanho e em número de dias, ao mesmo tempo que se tem encolhido o número de participantes. Mas os eventos seguem acontecendo. As feiras, por exemplo, se consolidam como um dos principais canais para lançamentos; Congressos, como o Congresso Mundial da Dessalinização e Reuso da Água, que acontecerá em 2017 em São Paulo, trazem temas urgentes e novidades que podem impactar como vemos nossos hábitos de consumo.
VARINIA DE MORAES CANTAUX – A mídia social hoje já “rouba” bastante o cenário, pois atua rapidamente, atingindo milhares de pessoas numa velocidade incomparável. O que temos que fazer é procurar formas de nos unirmos à força das redes e fazermos ela trabalhar a nosso favor.
WILSON FERREIRA JR. – A inserção dos eventos no ambiente digital, que já é natural em nossa vida cotidiana.