GRI Brasil mostra panorama econômico do País em primeiro evento direcionado a hotéis
Ex-presidente do Banco Central do Brasil e eleito Economista do Ano em 2014 pela Ordem dos Economistas do Brasil, Gustavo Loyola, sócio fundador da Tendências Consultoria Integrada, falou sobre sua especialidade na manhã de hoje (25), num encontro que reuniu hoteleiros e executivos do setor imobiliário, no Pullman São Paulo Ibirapuera, na capital paulista. A palestra abriu o segundo dia da parte exclusivamente hoteleira do GRI (Global Real Estate Institute) no Brasil e desenhou o cenário econômico nacional para profissionais habituados a projetar e executar aberturas e implantações de meios de hospedagem.
“Vivemos um momento que não é brilhante do ponto de vista do crescimento e desenvolvimento financeiro do País, mas não estamos em meio a uma crise sem fim”, resumiu Loyola, na declaração derradeira de uma palestra que passeou pelo quadro da economia nacional e desembocou nas medidas tomadas pelo governo vigente.
De acordo com informações repartidas pelo palestrante, o setor do turismo, no qual a hotelaria está inserida, é um caso à parte dentro do nicho imobiliário. Números do indicativo IACI (Índice de Atividade da Construção Imobiliária) mostram que, de 2011 em diante, os projetos ligados ao segmento turístico tiveram crescimento acima da média para a atividade geral de construções.
Obras de fundação, estrutura e acabamento em edificações destinadas a serem utilizadas como hotéis, resorts e flats foram presença maciça dentro do total de movimentações imobiliárias realizadas Brasil afora, com as regiões Sul e Sudeste sendo as mais numerosas em novas construções – e a Centro-Oeste como destaque negativo.
O evento durou dois dias e é encerrado hoje (25)
A performance do turismo acima das outras áreas durou três anos e entrou em desaceleração no último, quando iniciou-se um ciclo de baixa. “Os lançamentos de empreendimentos tiveram forte enfraquecimento ao longo de 2014 e este ano segue a mesma tendência, até que o movimento de aumento volte a ser realizado com novos investimentos”, conclui.
Para Loyola, é improvável que o executivo do setor de meios de hospedagem não tenha intenção, interesse ou procure saber sobre a realidade econômica, e daí a necessidade maior de analisar e refletir sobre o tema e a respeito de como ele pode interferir nas ações tomadas dentro dos hotéis ou nas áreas de desenvolvimento.
Finalizando seu discurso, o economista prevê que o momento de turbulência do País em breve passa e aposta em medidas bem sucedidas do atual Ministério da Fazenda. “O ajuste que o governo está propondo e fazendo pode levar à recuperação moderada da economia em 2016 e adinante, mas é baixa a chance de aceleraçaõ do crescimento aos mesmos níveis observados entre 2003 e 2010”, diz.
A edição hoteleira do GRI Brasil segue ocorrendo até o final do dia, sempre com o tema imobiliário.
[Por Hôtelier News, 25/06/2015]