Perspectivas do mercado de turismo e aviação para 2015
[Diário do Turismo, 10/02/2015]
As projeções dos economistas para 2015 sugerem um ano muito difícil para os brasileiros. E com uma combinação perigosa entre baixo crescimento econômico, dólar e juros altos, inflação, alta do índice de desemprego, aumento de impostos e tarifas, além da temida perspectiva de racionamento de água e apagão.
Diante de um cenário tão complexo, a questão a se discutir é o que as empresas devem fazer para enfrentar uma real situação de corte de gastos praticados pelo consumidor e a retração da demanda em diversos segmentos. E que segmentos sofrerão maior impacto? O de turismo será afetado de alguma maneira?
Nos últimos anos, as expectativas dos setores de turismo e aviação em todo início de ano foram sempre positivas, avaliando-se e observando-se de perto a situação econômica. Um dos grandes entraves para as empresas este ano será a alta do dólar.
E neste ponto, as agências, operadores de turismo e companhias aéreas devem procurar reduzir ao máximo os seus custos internos para se manterem competitivas, além de buscar novos destinos e parcerias, assim como apostar em novos mercados.
O cenário é desafiador, com toda certeza, mas é nesse momento que o mercado deve colocar em prática todo seu potencial criativo e aquelas companhias que promovem soluções inovadoras se sobressaem.
Sempre devemos nos lembrar de que buscar alternativas e soluções é uma das atitudes que as empresas brasileiras sabem fazer muito bem.
Tudo indica que o turismo não sofrerá forte retração em 2015. Pode ser um pouco lento no início do ano, mas gradualmente voltará a crescer.
Já vivemos períodos de crises e incertezas na economia muito mais graves em um passado não muito distante. Quem não se lembra dos infindáveis planos econômicos das décadas de 80 e 90, época em que a hiperinflação atingia absurdos 80% ao mês e onde era impossível fazer qualquer tipo de planejamento de longo prazo?
Um fato concreto é que, mesmo em período de conturbação e incertezas na economia e política, os brasileiros nunca deixaram se abater pelas crises.
Em função do aumento da renda e do emprego verificado nos últimos anos, os brasileiros passaram a consumir e a viajar mais, começaram a estudar e buscar especialização no Exterior e estão entre os turistas que mais compram no mundo.
Mesmo com medidas impostas para reduzir o consumo e estabilizar a inflação, os brasileiros nunca deixaram de comprar. De acordo com o Banco Central, mesmo com a alta do dólar no segundo semestre do ano passado, os gastos em viagens internacionais somaram mais de US$ 25 bilhões.
Em um mercado com 200 milhões de consumidores, a sobrevivência das empresas depende de um bom planejamento estratégico alinhado com esse novo momento econômico.
Tudo indica que o turismo não sofrerá forte retração em 2015. Pode ser um pouco lento no início do ano, mas gradualmente voltará a crescer. O que deve mudar é o comportamento do brasileiro diante desse novo panorama que está por vir.
O consumidor vai continuar viajando, seja por motivo de férias, a negócios, intercâmbio, mas provavelmente haverá uma diminuição do tempo de estada, com menos gastos no cartão de crédito ou a busca de destinos mais próximos do país.
As perspectivas diante deste canário são boas e os que se mantiverem otimistas se destacarão.