Retrospectiva do turismo 2013 em SC: um ano para comemorar
[Por Economia SC, 21/02/2014]
Motivos para comemorar o ano de 2013 não faltam. Da neve que cobriu os cumes da Serra do Tabuleiro, nos dias 22 e 23 de julho, colocando Santa Catarina na TV em rede nacional, passando pela conquista do sétimo prêmio consecutivo como o “Melhor Destino Turístico” pelos votos dos leitores da Revista Viagem e Turismo, da editora Abril, ao plano de fortalecimento das políticas públicas de turismo para o mercado interno, foram alguns dos fatos relevantes que marcaram o ano.
Em 2013, o setor turístico movimentou 600 mil empregos diretos e totalizou 12,5 % do PIB do Estado, graças às belezas naturais e ao crescente turismo de eventos na luta de combate contra a sazonalidade da baixa temporada, trazendo convenções, seminários, festivais, exposições e grandes espetáculos. No total, o número de visitantes já alcança seis milhões/ano nas quatro estações em todo o Estado.
O Secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e Santur (Sol), Valdir Rubens Walendowsky, que acumula a função de presidente da Santur, argumenta que boas peças publicitárias são fundamentais na promoção do Estado nas demais regiões brasileiras. Por conta disto, a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte e Santur (Sol) lançou em junho uma campanha publicitária nacional nas principais revistas setorizadas e em revistas de bordo, de companhias aéreas, como Tam e Gol.
O slogan da campanha turística para Santa Catarina diz: “Pare de imaginar e venha nos visitar”. Segundo Walendosky, foi a maior campanha que o Estado já fez no turismo. Os cenários trazem a autenticidade das etnias e as poucas distâncias entre elas. Ao mesmo tempo, este também é um desafio a ser enfrentado: levar a infraestrutura e a logística para o interior do Estado. Para se ter uma ideia, São Joaquim vai produzir um milhão e 200 mil garrafas de vinho fino no ano que vem. “Como vamos mostrar a enologia, a gastronomia e a cultura que estão enraizadas em Santa Catarina?”, questiona o secretário.
As ações promoção do turismo foram o grande avanço registrado em 2013, de acordo com grande parte do trade turístico. “Não temos uma pesquisa oficial deste indicador”, diz o diretor do Thermas de Piratuba Park Hotel, Wilson Luiz de Macedo. Segundo ele, o Estado ganhou sete vezes o prêmio da Revista Viagem e Turismo. “Isso não acontece sem trabalho. Todo governo tem que ser indutor do progresso”.
A presidente do Conselho Regional de Turismo do Vale do Contestado, professora universitária e consultora na área de turismo e gestão, Marivanda Bortolosso Pigatto, também compartilha da mesma opinião. “Foi um ano muito bom para o turismo, principalmente pelo mapeamento e o fortalecimento das instâncias de governança das 10 regiões turísticas do Estado”, destacou. Marivanda elogiou a atuação da diretora estadual de Políticas Integradas do Lazer, Elisa Wypes de Liz. “Acho que o Estado fez um trabalho muito importante em termos de Brasil”, disse.
Para a presidente do Vale do Contestado, secretária de turismo, Indústria e Comércio de Treze Tílias, Dirlei Barbieri Rofner, a política pública de interiorização do turismo permitiu que o próprio catarinense se transformasse em um garoto-propaganda. “A gente sente que cada catarinense teve despertado esse valor pela sua terra. É Santa Catarina conhecendo Santa Catarina”, sintetiza.
Embora a atenção especial ao mapeamento das 10 regiões turísticas seja reconhecida, as belas praias não ficaram de lado. Elas continuam sendo o destino preferido das férias de verão de muitas famílias. É o caso da família do argentino Jorge Tradito, de 46 anos. O encarregado na empresa Nuevo Tren de La Costa, de Buenos Aires, gosta muito de Canasvieiras, no Norte da Ilha, e de Bombinhas, na Costa Verde e Mar. Sempre que pode, o argentino dirige 1.812 quilômetros para aproveitar as águas “calientes” da Ilha, apesar da inflação argentina, que vem causando estragos e evasão cambial. Ele gasta R$ 150 por cada dia de férias em Florianópolis.
Além disso, o Estado teve importantes ações desenvolvidas em prol do turismo: o SC Rural, que ofereceu, por exemplo, capacitações para jovens rurais e famílias do campo para o turismo. Teve ainda o Pronatec Copa na Empresa, que possibilita a qualificação de profissionais que atuam em hotéis, bares, restaurantes e demais estabelecimentos turísticos. “Também aumentamos o diálogo com o trade e com o Conselho Estadual de Turismo, afinando projetos e prioridades para nosso Estado. Além disso, com o fortalecimento das dez regiões turísticas de Santa Catarina, deixamos de ser apenas sol e mar. Outras regiões estão recebendo mais atenção para obras de infraestrutura, para assim, oferecer novas opções de roteiros turísticos. Isso é importante para a economia do Estado e para agradar e encantar ainda mais os nossos visitantes”, conta o secretário, Valdir Walendowski.
Embora a atenção especial ao mapeamento das dez regiões turísticas seja reconhecida, as belas praias não ficaram de lado. O segmento praia e sol continua sendo o preferido das férias de verão de muitas famílias. É o caso da família do argentino Jorge Tradito, de 46 anos. O encarregado na empresa Nuevo Tren de La Costa, de Buenos Aires, gosta muito de Canasvieiras, no Norte da Ilha, e de Bombinhas, na Costa Verde e Mar. Sempre que pode, o argentino dirige 1.812 quilômetros para aproveitar as águas “calientes” da Ilha, apesar da inflação argentina, que vem causando estragos e evasão cambial. Ele gasta R$150 por cada dia de férias em Florianópolis.
Congressos e eventos movimentam turismo em meses de baixa temporada
O turismo de eventos está se consolidando em Santa Catarina como a solução para a sazonalidade dos turistas que vêm em busca de suas belas praias ou das festas de outubro. O setor de turismo de negócios é o segundo maior fator de atração de visitantes estrangeiros para o Brasil: 25,6% dos turistas internacionais vêm ao país com essas finalidades, e seu gasto médio diário, US$ 127, é quase duas vezes maior que o desembolso dos turistas de lazer, segundo o Ministério do Turismo.
No Estado, o fator crucial para o crescimento do setor neste ano deve-se aos resultados de captação. Em Joinville, com a inauguração da Nova Expoville, já foram confirmados 18 novos eventos programados para acontecer até 2017. “A expectativa é de que estes eventos movimentem na cidade uma estimativa de R$ 10.800.000,00 nos próximos anos”, diz Giorgio Augusto Souza, gestor do Joinville Convention e Visitor Bureau.
Florianópolis, que este ano completa 10 anos do Floripa Convention & Visitors Bureau, bateu novamente a meta, captando 29 eventos, alguns deles já realizados este ano e outros agendados até 2017. “O elevado índice de captação consequentemente, eleva o índice de ocupação em meios de hospedagem e gera maior movimentação em toda a cadeia, resultando em num ganho interessante para a economia da cidade.”, explica o presidente do Florianópolis e Região C&VB, Eugênio Neto.
Outra novidade foi a destinação de recurso federal do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Turismo para a construção do centro de eventos de Balneário Camboriú. O investimento de R$ 55 milhões foi feito pelo Ministério do Turismo e a obra terá capacidade para receber 25 mil pessoas, o que permitiu um crescimento superior a 20% de eventos apoiados ou captados, alcançando 37 eventos no ano, segundo Margot Rosenbrock Libório, presidente do BC Convention Bureau.
A falta de um lugar adequado para realizar eventos de grande porte continua impedindo Santa Catarina de expandir seus negócios, e quase deixou a Capital de fora da programação da Copa do Mundo 2014. Na região de Blumenau, a falta de um centro de convenções prejudica a captação de eventos. Murilo Benini, presidente do Blumenau e Vale Europeu Convention & Visitors Bureau indicou uma mudança no planejamento da entidade neste ano, focando em pequenos e médios eventos. “Começamos a diversificar nossas ações participando de feiras, trabalhando o segmento de eventos esportivos. Traçamos o planejamento estratégico da entidade e buscamos intensificar o fortalecimento do destino Blumenau e Vale Europeu”, diz. Entre outras reclamações estão a lentidão nas obras de acesso e de ampliação do Aeroporto Internacional Hercílio Luz.
O crescimento do setor não se dá somente no Estado, a realização de grandes eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo alavancou o mercado de grandes eventos do Brasil. De acordo com a 9ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (PACET), realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), empresas organizadoras de eventos cresceram 23,3% no ano passado, aparecendo à frente de agências de viagem (21,9%) e promotores de feiras (14,9%). Nos últimos oito anos, o número de eventos internacionais no país aumentou de 28 para 360, gerando um faturamento de R$ 57,6 bilhões em 2012 e 115 mil empregos.
Segundo o ranking da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA), o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking mundial entre os países que mais sediaram eventos no mundo. Entre as cidades, Florianópolis empata com Porto alegre na sexta posição, com 12 eventos internacionais de acordo com os critérios do ICCA.
Para expandir ainda mais um segmento do turismo na Capital, foi criado o Fundo Municipal de Turismo – Fumturf e foi encaminhado à Câmara de Vereadores projeto que pretende reduzir o Imposto Sobre Serviço (ISS) que envolva eventos. A taxa atual é o principal entrave na captação de feiras e congressos, em comparação a outras cidades consideradas concorrentes.
Entre os destaques de eventos sediados em Santa Catarina estão os da área médica como o 40º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, que trouxe quatro mil congressistas; o XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, para quatro mil inscritos, e ainda o XXIX Congresso Brasileiro de Patologia, este com três mil médicos. O Avesui 2013 – 12ª Feira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos, com 4 mil participantes; o ICTMA – The International Community of Teachers of Mathematical Modelling and Applications, além de vários eventos esportivos e do evento do setor calçadista de São João Batista, o SC Trade Show.
Novo perfil de viajantes desafia agências de viagens
Só na última estação, de janeiro a fevereiro de 2013, quase quatro milhões de turistas veio para Santa Catarina, o que representou uma injeção de dois bilhões 798 milhões de receita estimada em reais, segundo dados da Santur.
Um dos principais elos da cadeia do turismo é exercido pelo segmento das agências e operadoras de viagens e turismo, que exercem um papel fundamental de intermediação entre provedores de serviços e o consumidor final. As agências de viagem formam um enorme contingente de micro e pequenas empresas que, segundo o Sebrae, movimenta mais de R$ 60 bilhões por ano no Brasil. De 2003 a 2008, foram criadas 2.927 agências de viagem em todo o país, de acordo com os dados da Rais.
Os negócios no setor vêm se mantendo aquecidos desde o segundo trimestre de 2009, segundo dados do Ministério do Turismo divulgados no Boletim de Desempenho Econômico do Turismo de outubro de 2013. São apontados, como os mais importantes fatores favoráveis ao crescimento do faturamento, os investimentos realizados e, como principais motivos limitadores, o acirramento da competição entre as empresas do setor, a compra de serviços diretamente pela internet, a majoração dos custos financeiros e o câmbio desfavorável. Os empresários, em geral, mostram-se otimistas em relação ao quarto trimestre do ano em curso, antevendo ampliação dos negócios, devido, principalmente, à expectativa de aumento da demanda nacional.
Apesar de as mudanças no setor de transporte aéreo estar contribuindo para o enfraquecimento do papel de intermediação tradicional das agências, uma vez que ficou bem mais simples a comercialização direta de passagens aéreas no mercado consumidor, o segmento continua sendo o principal responsável pela comercialização de pacotes turísticos e de passagens aéreas. O consultor Richard Cordeiro de Oliveira, da Verde Vale Turismo, de Blumenau, considera um ponto positivo a maior independência dos turistas. “A exigência dos nossos viajantes (corporativo e de lazer), nos obrigou forçosamente a uma evolução como TMC de consultoria. A contaminação da exigência do passageiro vai muito além da compra da passagem – ela começa no conhecimento do destino, na documentação necessária, nos detalhes de equipamento aéreo, na recepção do turismo no local, na culinária, no seguro de viagem e de vida, mas, mesmo assim, isso é um fator muito positivo, obriga o crescimento.”, diz.
Segundo o diretor e proprietário da agência de viagens Amplestur, de Florianópolis, Vilmar Zunino, houve um crescimento em torno de 20% a 25% do turismo no Estado. Resultado propiciado principalmente pelo crescimento do turismo de eventos, como a realização do Revezamento volta a Ilha, que trouxe para Florianópolis três mil e setecentos atletas. “Incrementou muito, inclusive diminuindo a sazonalidade e movimentando a hotelaria, restaurantes, bureaux da região.”, diz, e salienta o importante papel do setor de comunicação que contribuiu mostrando novos destinos e divulgando trabalhos das entidades.
Entre as principais queixas do setor em Santa Catarina estão os gargalos de infraestrutura como aeroportos, rodovias, o trânsito e a questão da mobilidade também são fatores negativos. Além disso, um fator preocupante é o apagão da mão de obra do setor, que prejudica o funcionamento das agências e que já ganhou ações especiais da Abav Nacional e da Abav-SC.
Ainda sobre a avaliação do ano, Zunino relata que o crescimento se deu sobretudo no turismo exportativo, devido à facilidade em financiamentos de pacotes de turísticos. “O segmento de linhas de crédito atingiu o setor de serviços e possibilitou que mais brasileiros com emprego estável pudessem viajar para o exterior. Ir para o exterior sempre foi mais glamoroso – o consumidor prefere viajar para fora.”, diz.
A simplificação do visto dos Estados Unidos também influenciou a decisão dos viajantes catarinenses e os principais destinos continuam sendo em terras americanas: Orlando, Miami e Nova York lideram as preferências. Buenos Aires aparece em quarto lugar dada à proximidade geográfica. No Estado, Florianópolis e Balneário Camboriú são as cidades mais procuradas.
Mesmo o turismo interno ainda sendo muito caro, o crescimento do segmento está entre os destaques do estudo “Mais Turismo, Mais Desenvolvimento”, um balanço dos avanços conquistados pelo setor nos últimos 10 anos feito pelo Ministério do Turismo e divulgado no Encontro Nacional de Turismo, em Brasília (DF), em maio deste ano,
O turismo interno já responde por aproximadamente 85% da receita do setor no Brasil. Em 2012, os brasileiros fizeram 197 milhões de viagens para algum destino nacional.
Os brasileiros gastam 76% do orçamento de viagens dentro do país, resultado que nos deixa em nono lugar no ranking mundial de turismo interno da Organização Mundial do Turismo (OMT). Ninguém gasta mais em seu próprio país do que os japoneses, que direcionam 96% das despesas relacionadas à viagem com destinos internos.
Infraestrutura aeroportuária opera no limite em Florianópolis
Embarcaram e desembarcaram três milhões 527 mil e 487 passageiros, no Aeroporto Internacional de Florianópolis, até novembro de 2013. A quantidade, segundo a superintendência da Infraero, já é maior que a do ano passado, quando foram atendidos três milhões, 395 mil e 287 passageiros durante o ano todo.
O número de operações de pouso e decolagem no Aeroporto Hercílio Luz foi de 49.557, de janeiro a novembro do ano passado.
O fretamento internacional foi responsável por 378 voos com destino a Florianópolis na última temporada. A Argentina fretou 190 voos, seguida pelo Chile, com 156, Uruguai com 27 voos, e o Paraguai, que teve cinco voos. Cerca de 90% dos voos solicitados no período foram realizados, e apenas 102 operações foram canceladas. O índice representa uma queda de 30,13% em relação à temporada de 2012.
O ano de 2013 foi um ano turbulento para as companhias aéreas, com o aumento do combustível de aviação, a querosene, a inclusão de novas taxas e com a economia crescendo mais lentamente. “A variação do câmbio também se reflete nos negócios de todo o setor, pois vários serviços da aviação são cotados em dólar.” As companhias fizeram a sua lição de casa para enfrentar a alta dos custos. Mas qualquer mudança mais sensível de condições depende agora da intervenção de outros atores, como os governos estaduais e federal”, projeta o presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.
Em termos de participação consolidada de mercado, a Tam segue como líder, com 41% de share, seguida pela Gol, com 35,3%, de Azul/Trip, com 16,7%, e da Avianca, com 7%. “O setor teve crescimento expressivo ao longo de 10 anos, preenchendo uma demanda existente por um transporte aéreo mais acessível, e amparado pela ampliação do poder de consumo e pela expansão da economia brasileira como um todo”, explica Sanovicz.
A Azul aponta um crescimento na ordem de 10% de passageiros transportados e 2% na quantidade de voos ofertados em Santa Catarina. A companhia conta 17 mil voos operados no Estado entre chegadas e partidas nas cinco cidades em que opera: Joinville, Navegantes, Florianópolis, Criciúma e Chapecó. São ao todo mais de 50 voos diários entre chegadas e partidas para Campinas, Porto Alegre, Confins e Guarulhos, hubs que possibilitam conexões para todo o país.
A Tam inaugurou em setembro a rota Guarulhos/Joinville, que se junta às outras seis rotas da companhia para o Estado, em um total de aproximadamente 14.300 voos realizados em 2013.
Neste cenário de expansão, a infraestrutura aeroportuária é um dos fatores que prejudica o setor em Santa Catarina. O vice-presidente comercial e marketing da Avianca, Tarcísio Gargioni, destacou o problema durante a realização do seminário de turismo promovido pelo Lide Santa Catarina, no dia 10 de dezembro, em Florianópolis. “Nós temos deficiência. É um aeroporto muito aquém das suas necessidades, possui uma capacidade pequena de terminais e falta fingers”. Os desafios continuam em 2014.
Operadoras do segmento de aventuras sofrem com falta de estruturação de parques e receptivo nas cidades
O balanço da atividade turística em Santa Catarina no segmento de aventuras se mostrou negativo em 2013. O setor ligado à natureza é um dos mais promissores para o Estado, contando com recursos naturais, como cachoeiras, montanhas e muitas trilhas em matas. Porém, de acordo com algumas operadoras, não há parques adequados para a prática das atividades inerentes ao segmento e os impostos são altos, e por estes fatores, muitas empresas não sobrevivem à sazonalidade.
Apesar disto, os esportes radicais são muito procurados na região, principalmente no interior. Atividades como rafting, escalada, surf, arvorismo, motocross e sandboard são as preferidas dos turistas, mas a principal reclamação recai sobre a carência de receptivo nas cidades. Serviços de hotelaria, restaurantes, horários e falta de opção são constantes pontos negativos que os visitantes dizem sofrer no Estado, afetando a economia, sobretudo no ramo de aventuras.
“Sem uma estrutura e um planejamento adequado não podemos dizer que temos turismo, temos somente atrativos”, afirma Sergio Machado, guia de turismo e proprietário da Adrenalina, agência de viagens em Santa Catarina. “O ecoturismo deveria ser mais valorizado. Existem muitas microempresas agindo dentro da lei e ainda assim não existe retorno. Investimos em equipamentos importados, treinamento de mão de obra e contratação de seguros. Enquanto isso, as áreas onde são realizadas as atividades não possuem nem ao menos planos de manejo, é uma pena”, finaliza Machado.
Turismo LGBT cresceu 20% em 2013
Para o segmento LGBT, o balanço se mostrou relativamente melhor para Santa Catarina. Houve comemoração após pesquisa feita pelo site TripAdvisor, um dos maiores de viagens no mundo, elegendo Florianópolis como o quarto melhor destino para turistas LGBT no Brasil. Ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, respectivamente. O nicho só ajuda a capital catarinense, que tem uma das maiores paradas gays do País. Há oito anos o evento é o segundo que mais atrai visitantes, só perdendo para o Reveillon.
“Acredito que houve uma melhora no mercado receptivo internacional com relação a 2013. As reservas cresceram cerca de 20%”, aponta Marta Dallas Chiesa, sócia-diretora da operadora Brazil EcoJourneys. Dentre os principais fatores apontados por Marta, destaque para a melhora do câmbio para o turista estrangeiro e o fato de as reservas voltarem a serem feitas com maior antecedência, sinal de que há mais confiança na economia. Porém, a tarifa ainda é alta e a infraestrutura não condiz com o preço. “Faltam investimentos da hotelaria de Santa Catarina para recebermos melhor os clientes”, complementa Chiesa.
Para a hotelaria, o ano foi de festa no interior
No setor hoteleiro, a euforia com a taxa de ocupação de praticamente 100%, registrada na virada do ano de 2012 para 2013, deu lugar a certa frustração com a queda na taxa de ocupação dos hotéis da GRande Florianópolis no restante da alta estação de 2013, de acordo com a pesquisa divulgada pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis. Foi registrado um percentual de 77,3%, pouco inferior aos 78,8% contabilizados em 2012. Já no inverno, o mês de julho registrou um recorde no número de visitantes na região turística da Serra Catarinense. A ocupação da rede hoteleira nos municípios de Bom Jardim da Serra, Lages, São Joaquim, Urubici e Urupema ficaram 30% acima do que o mesmo período no ano anterior. O gasto médio de um turista na Serra Catarinense varia entre R$300 a R$400.
Resorts
O Costão do Santinho, resort instalado no Norte da Ilha de Santa Catarina, recebeu o certificado de excelência 2013 do TripAdvisor, um dos mais importantes sites de viagem de todo o mundo. No primeiro semestre de 2013, o resort teve um faturamento semestral 10% superior ao mesmo período de 2012. O informe ainda mostrou que a taxa média de ocupação também obteve elevação. Passando de 54% anotado nos seis primeiros meses de 2012 para 56% no ano passado. O gasto médio dos hóspedes que chegam ao meio de hospedagem foi apontado como a principal razão para os resultados positivos. Nesse quesito, o aumento foi de R$389 para R$440.
Temporada de cruzeiros 2012/2013 atrai navios de 5 companhias ao Estado
No setor de cruzeiros, a temporada foi iniciada em novembro de 2012 e se estendeu até abril de 2013. Os portos de Santa Catarina que receberem navios das cinco companhias que atuam regularmente no Brasil (Royal Caribean International, Costa Cruzeiros, Ibero Cruzeiros, MSC Cruzeiros e Pullmantur) foram Itajaí, Porto Belo e São Francisco do Sul.
O município de Porto Belo, localizado no Litoral Norte de Santa Catarina, recebeu 43 escalas de navios e trouxe para a cidade mais de 11 mil turistas de diversos países. O último cruzeiro a chegar à cidade foi o navio Costa Serena, trazendo 3.800 passageiros a bordo. Pesquisa realizada entre os meses da alta temporada pela Santur – Santa Catarina Turismo, o total de passageiros informados foi de 111.956, e passageiros que embarcaram na cidade foram 96.082. A receita estimada foi de R$4,5 milhões.
No Porto de Itajaí, no período de dezembro de 2012 a março de 2013, aportaram no Terminal de Passageiros mais de 30 navios realizando cruzeiros, que levaram 46 mil pessoas ao município, segundo a Fecomércio/Sc. Navios vindos principalmente de Santos (84,4%), Rio de Janeiro (6,3%), Porto Belo (6,3%) e Punta Del Este (3,1%). e cujos destinos eram, também, diversos: Rio de Janeiro (31,3%), Montevidéu (28,2%), São Francisco do Sul (12,5%), Búzios (12,5%), Santos (9,4%), Cabo Frio (3,1%) e Paranaguá (3,1%).
A média de passageiros desses cruzeiros foi 1.729, o que representa 87% da capacidade máxima de passageiros dos navios, que varia de 1.600 a 2.020 pessoas. Destes passageiros, 88,5% eram brasileiros, 10,6% argentinos e menos de 1% naturais de outros países como Espanha, Japão e Chile. Quanto ao gênero, a maioria dos passageiros era mulheres, 53,4%.
De acordo com a Fecomércio/SC, 50,4% dos turistas que chegaram a Itajaí optaram por permanecer e conehcer a cidade. Em seguida, o roteiro mais procurado foi para visitar Balneário Camboriú, com 32%, seguido de Blumenau, com 10,5%. O consumo dos turistas que permaneceram em Itajaí foi de R$183,50 em média, sendo mais significativo o gasto com presentes e souvenires, R$141,01.
Já Florianópolis, um dos destinos com maior potencial para o turismo náutico no Brasil o segmento continua “à deriva”, olimpicamente ignorado pelas autoridades do setor.