Entrevista com Eugênio Neto, presidente do Floripa Convention
[Por Diário do Turismo, 03/01/2014]
O Floripa Convention & Visitors Bureau comemorou 10 anos no início de deembro. Entidade, sem fins lucrativos, foi criada para estimular o desenvolvimento de ações em prol do turismo de Florianópolis, segunda atividade que mais arrecada na capital catarinense. Com 170 empresas divididas em 44 categorias, seu presidente Eugênio Neto foi ouvido pelo DIÁRIO. Acompanhe:
DIÁRIO – O centro de eventos de Florianópolis atende as necessidades da capital?
EUGÊNIO NETO – Atuamos com vários centros de convenções, principalmente o do centro de Florianópolis – Centro Sul -, o do resort Costão do Santinho, o da Associação Catarinense de Medicina e o da Universidade Federal de Santa Catarina. Temos ainda centros menores em hotéis e agora, em 2014, poderemos contar com o novo centro de convenções do Norte da Ilha, em Canasvieiras. Sentimos falta apenas de um lugar com mais capacidade, para um público superior a 5 mil pessoas. Isso poderia atrair eventos ainda maiores do que os que já estão nas nossas agendas.
DIÁRIO – O que se pode comemorar ao se completar 10 anos de atuação?
NETO – A importante participação direta do Floripa Convention na imagem da cidade como um destino capaz de receber e atender bem a demanda de captações. Hoje temos prestadores de serviço extremamente qualificados, que atendem não apenas o mercado local, mas solicitações nacionais também. E isso é o reflexo do trabalho que se faz, incentivando a permanente profissionalização. Se temos o objetivo de quebrar a sazonalidade, temos que ter a responsabilidade de apresentar as condições necessárias para a realização de eventos de qualquer natureza.
DIÁRIO – O empresário do turismo, da hotelaria e do lazer de Florianópolis é um empreendedor arrojado?
NETO – A cidade despertou para o seu grande potencial que é o turismo. Hoje o empresário acredita nesta possibilidade de se manter o turismo o ano inteiro e está investindo nos seus equipamentos para atender bem e também surpreender. Se hoje o turismo na grande Florianópolis vem ocupando o seu espaço isso se deve a iniciativa privada, ao empreendedores de SC que nunca deixaram de acreditar que esse seria o caminho incentivando e investindo na indústria sem chaminé.
DIÁRIO – O Convention de Florianópolis trabalha com a room tax? Se sim, qual é o montante que ele arrecada e como é destinado?
NETO – Sim trabalhamos com a room tax e para incentivar a prática criamos, há algum tempo, o Prêmio Room Tax, uma distinção às equipes de recepção dos hotéis com a maior arrecadação por UH e com o maior crescimento de arrecadação. A estas equipes damos um treinamento específico, para que entendam a importância da contribuição. Toda a arrecadação é revertida para os custos das ações do Convention em prol da captação de eventos.
DIÁRIO – Como foi o 6º Encuentro Latinoamericano de CVBs? Faça um balanço.
NETO – Foi surpreendente. Contamos com a participação de 162 pessoas, a maioria incontestável de gestores e representantes de conventions de 43 cidades brasileiras e de outros 11 países. Foi um momento importantíssimo para se apresentar as boas práticas, para a troca de informações e conhecimentos, e também para fortalecer a ideia de se trabalhar a divulgação do bloco Latino-Americano no Mercado do Turismo de Reuniões. Além disso, tivemos a oportunidade de mostrar o trabalho que estamos fazendo e que deixa Florianópolis entre os destinos mais cobiçados do país para o turismo de eventos também – já que como destino de lazer, tem sua marca estabelecida.
DIÁRIO – Quais são os serviços prestados na cidade e quais equipamentos turísticos são usados para atender com propriedade o segmento de eventos de negócios?
NETO – Podemos atender muito bem qualquer evento. Temos um portfólio de 44 categorias de prestação de serviços específicos para o segmento do turismo de eventos. Agências de turismo, receptivo, organizadoras de eventos, meios de hospedagem, locação de veículos, centros de convenções, montadoras de estandes, empresas especializadas em comunicação, comunicação visual, audiovisual, brindes, alimentos e bebida, passeios, gráficas, enfim, uma gama enorme de prestadores de serviço qualificados.
DIÁRIO – Florianópolis já possui credibilidade na rede dos principais Conventions da América Latina. Comemorando, agora, 10 anos, o que se pode dizer que foi a chave principal para a conquista desse reconhecimento?
NETO – O empenho de todos os associados na luta por uma causa nobre: a quebra da sazonalidade. Se temos turismo o ano inteiro, com turistas qualificados, exigentes, temos que corresponder com serviços de acordo, com profissionalismo. Ainda precisamos crescer mais, ajustar, aprender, qualificar. Mas acreditamos estar no caminho certo para seguir adiante com resultados cada vez melhores.
DIÁRIO – Quais são os projetos para que Florianópolis cresça ainda mais, nos próximos 10 anos?
NETO – Estrutura. Temos sérios problemas com o acesso e com a capacidade do nosso aeroporto, por exemplo. E isso é fundamental para que possamos investir mais no turismo de eventos.