Empresas de eventos pagam até R$ 4 mil
[Por Diário SP, 24/11/2013]
São Paulo tem nove eventos por hora e uma feira a cada quatro dias. De acordo com estudo do Sebrae, a região Sudeste é responsável por concentrar 51% das 330 mil cerimônias e exposições realizadas anualmente no país. São Paulo é o estado que mais contribui para esse número. Para dar conta dessa demanda que não para de crescer e tem previsão de expansão de 61% nos próximos cinco anos, um batalhão de 1,5 milhão de prestadores de serviços autônomos são contratados.
A recepcionista Ingrid Pires, de 25 anos, descobriu o setor há sete anos. Ela trabalha, em média, quatro dias por semana. No final do mês garante renda de R$ 4 mil. Ingrid tem como função principal distribuir simpatia nas feiras que participa. O cachê pode chegar a R$ 400.
“Em São Paulo existem feiras de vários segmentos. Não fico sem trabalho. Faço pelo menos quatro feiras por semana. Eu recepciono as pessoas, distribuo brindes e dou orientações”, diz a profissional.
Diferentemente da recepcionista, a estudante Carolina Balabanian, 20 anos, não faz eventos com tanta frequência, mas é com as festas nos finais de semana que a estudante paga o cursinho preparatório para o vestibular. “Se eu trabalhasse direto não teria tempo para estudar. Faço algumas festas e consigo tirar R$ 600 por mês. É um dinheiro que entra e eu faço o que gosto”, afirma.
Variação salarial – O garçom Robison Silva trabalhou durante dois anos como free-lancer em festas de aniversário, casamentos e corporativas. Nos meses com mais ofertas de emprego ele conseguia tirar até R$ 3,5 mil, mas na baixa temporada já teve meses que só recebeu R$ 400. Depois que a filha nasceu, o garçom sentiu a necessidade de estabilidade profissional e começou a trabalhar com carteira assinada, mas não abre mão dos “bicos” aos sábados e domingos. “Agora eu trabalho registrado de segunda a sexta, mas não deixo de fazer as festas nos finais de semana. Trabalhando todos os sábados e alguns domingos tiro, em média, R$ 1 mil por mês.”
‘Consegui o meu espaço, mesmo com a concorrência’
Há dois anos, quando Rosangela Gomes de Souza alugou brinquedos para a festa de aniversário da filha, surgiu a ideia de abrir o próprio negócio. Comprar brinquedos para locação e organizar festas infantis poderia render um bom salário no final do mês. A empresária, em parceria com a amiga Andrea Aparecida Cano, começou com um investimento de R$ 6 mil para montar a Malebi Art Eventos. Já nos primeiros meses, a dupla percebeu que a ideia era boa e o resultado não podia ser melhor.
“No começo compramos um pacote com três brinquedos: uma cama elástica, uma piscina de bolinhas e um pula-pula inflável. Logo depois montamos o site para divulgar e as encomendas começaram a chegar. Em menos de seis meses já tínhamos recuperado o investimento e estávamos tendo lucro”, diz Rosangela.
Para aumentar a rentabilidade do negócio, as sócias apostaram na ampliação de oferta de serviços. Além de alugar os brinquedos, a empresa fechou parcerias com bufês e passou a oferecer aos clientes um serviço mais completo. “Por meio das parcerias com os bufês, empresas de decoração e animadores, conseguimos aumentar a nossa margem de lucro. Investimos em pacotes e estamos tendo bons resultados”, afirma Rosangela.
A empresária também investe em divulgação porta a porta e na internet para aumentar a agenda de clientes. “Consegui o meu espaço, mesmo com a concorrência”, comemora.
Análise
Eduardo L’Hotellier, fundador do site Getninjas
Cachê varia de R$ 120 a R$ 200
Ter um bom planejamento anual de gastos é essencial para as pessoas que querem trabalhar com eventos. É preciso fazer uma reserva financeira nos meses com mais oferta de trabalho, para evitar dificuldades financeiras nos períodos mais fracos. Para quem trabalha com casamentos, abril, maio e dezembro são os melhores meses. Mas para qualquer ramo, janeiro é o mês mais difícil e com menos procura. Um profissional free-lancer, que trabalha com eventos, ganha um cachê que varia de R$ 120 a R$ 200 para um período médio de seis horas de trabalho.