Empresas de eventos agitam mercado de rodeios
[Por Revista Globo Rural, 23/08/2013]
Todo ano, são realizados entre 1.500 e 2 mil rodeios no país. As festas atraem um público de 30 milhões de pessoas e movimentam R$ 6 bilhões anualmente. O PIB de Barretos, cidade paulista onde ocorre o maior rodeio brasileiro, cresce 18% em agosto em decorrência do evento. O faturamento vem de empresas de eventos, peões e patrocinadores, que chamam o público para as arenas.
Há também várias empresas e ligas esportivas trabalhando no mercado de rodeios. Algumas só organizam o que se passa na arena, caso da Liga Nacional de Rodeios, que faz 60 eventos por ano. Outras cuidam de toda a festa, incluindo shows, som, luz, arquibancadas e toda infraestrutura, como faz um braço da Cia. Paulo Emílio.
A PBR Brasil (Professional Bull Riders), filial da liga americana que realiza os maiores rodeios do mundo, promoveu 66 rodeios no Brasil no ano passado – ainda não fechou o total de 2013. O presidente, Claudio Junqueira, estima que cada um dos eventos fature cerca de 3 milhões. A Lucs, do empresário Pablo Ribeiro, organiza 10 eventos em Minas. Divinópolis, o carro-chefe da empresa, tem custo de R$ 5 milhões. No total, Ribeiro diz que a sua empresa investe por ano R$ 15 milhões em rodeios.
Patrocinadores
Carlos Emílio dos Santos, o Cacá, é o diretor de relações públicas de Os Independentes, clube que realiza a Festa do Peão de Barretos desde a primeira edição, em 1956. Ele diz que os maiores patrocinadores dos rodeios são as empresas cervejeiras, como Brahma, Crystal e Bavaria e que o mix show-rodeio é um casamento que deu certo e, aliado à profissionalização dos rodeios, explica o crescimento desses eventos no Brasil – nos EUA, as festas são exclusivas de montarias.
As marcas não costumam divulgar seus númeors. A Brahma, diz que, nos últimos cinco anos, dobrou o volume de investimentos no setor e triplicou de 4 para 12 o total de camarotes oficiais da marca. Além de Barretos, a cervejaria patrocina as festas de Americana, Jaguariúna e Londrina, além do principal circuito de montarias de touros, o Brahma Supper Bull PBR Brasil.
Quem está chegando ao universo country é a empresa de telefonia Claro. Trícia Cristilli, diretora de marketing da Regional São Paulo, diz que a marca vai patrocinar 13 rodeios neste ano no Estado como forma de aproximação não convencional com o público desses eventos. Também sem divulgar valores, ela diz que 40% do investimento anual da Claro em comunicação vai para o setor.
Cacá, que já foi presidente do clube Os Independentes quatro vezes e é comentarista de grandes rodeios, afirma que o que ainda atrapalha o setor é o amadorismo, especialmente nos eventos vinculados a políticos. Ele estima em cerca de 100 o número de tropeiros (donos de boiadas) que alugam animais para rodeio e diz que a maioria só trabalha por hobby e perde dinheiro todos os anos. A exceção é o empresário Paulo Emílio, de São José do Rio Preto, que cria e compra touros, investe em genética e faz até quatro rodeios simultâneos por semana.