Megaeventos movimentam bilhões na economia
[Por Aquarela 2020, 24/07/2013]
Estimativas da Embratur mostram que o turismo, no período de menos de dois meses, terá um impacto bem maior na economia do país do que o previsto durante grandes eventos, considerando Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude. Os cálculos mostram que em 16 partidas de futebol nas duas semanas da Copa das Confederações 2013, foram movimentados R$ 740 milhões por toda a cadeia turística do país – que inclui hotéis, alimentação fora do lar e comércio informal. Já a Jornada Mundial da Juventude deve gerar impacto da ordem de R$ 1,2 bilhão na economia brasileira.
“Estamos falando de impacto direto e indireto. Nossa avaliação mostra que num curto período, considerando esses dois megaeventos, o país terá, no mínimo, um retorno financeiro de cerca de R$ 1,9 bilhão”, avalia Flávio Dino, presidente da Embratur.
Em relação à Copa das Confederações, os gastos de turistas – brasileiros e estrangeiros – foi estimado pela Embratur em R$ 321,79 milhões, enquanto a Fifa projetou os gastos de suas seleções e delegações em R$ 70 milhões. Já o efeito indireto na economia foi de R$ 348,69 milhões. “Cada real inserido na economia brasileira pelo turismo internacional, obviamente, tem um efeito indireto positivo em toda a cadeia, pois demanda um maior volume de fornecimento de insumos básicos”, explica Dino.
Sobre a JMJ, o estudo da Embratur calculou que os jovens que se inscreveram devem ficar cerca de sete dias no país, com um gasto médio diário de R$ 96,74, além de gastos com hospedagem. Já o participante que não se inscreveu, costuma ficar dois dias no local do evento. Somando os gastos diretos – inscrição, hospedagem, alimentação – a análise aponta um impacto de aproximadamente R$ 659 milhões. Indiretamente, a Jornada deve movimentar outros R$ 587 milhões, chegando assim a mais de R$ 1,2 bi de impacto na economia.
Os organizadores da JMJ acreditam que serão gerados cerca de 20 mil empregos formais e informais. A última Jornada Mundial da Juventude, realizada em Madri em 2011, movimentou cerca de R$ 1 bilhão na economia espanhola. “A Jornada está movimentando hotéis, restaurantes, mas também a fábrica de velas, a fábrica de hóstia e a fábrica de sabonete”, exemplifica Dino.
Além das cidades-sede dos megaeventos, o presidente da Embratur avalia que todo o país sai ganhando. “O principal ganho econômico é imensurável: a exposição de imagem que o país está tendo em todo o mundo com os jogos e a vinda do papa”, avalia. “Com isso, vamos aumentar naturalmente a entrada de estrangeiros que vêm ao Brasil, ativando nossa economia e gerando empregos em todo o território nacional”. No ano passado, o Brasil recebeu 5,7 milhões de estrangeiros. “Este ano, tenho convicção de que, pela primeira vez na história do Brasil, alcançaremos o recorde de 6 milhões de turistas estrangeiros”.