Por um pacto nacional pelo Turismo
[Por Aquarela 2020, 27/06/2013]
O presidente da Embratur, Flávio Dino, participou hoje de encontro do Fornatur (Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo), onde apresentou a última pesquisa de preços da hotelaria para as cidades-sede da Copa do Mundo 2014. Em sua apresentação, Dino fez um apelo aos secretários para que proponham um pacto com os empresários do setor. “Precisamos ter clareza que os megaeventos são viabilizados pelo aporte de recursos públicos que garantem a infraestrutura necessária”, afirmou.
“Os investimentos de R$ 8,9 bilhões em mobilidade urbana ficarão para as cidades, mas o principal ganho do Brasil a longo prazo é a visibilidade que os megaeventos darão aos nossos destinos turísticos, permitindo que cheguemos a um novo patamar internacional no setor”, afirmou Dino. “A prática de preços acima da média internacional dificulta que alcancemos essa meta”.
O presidente da Embratur agradeceu ao secretário estadual de Turismo do Rio de Janeiro, Ronald Ázaro, atual presidente do Fornatur, o convite para falar da pesquisa. E retribuiu convidando Ronald e todos os presentes para o Seminário Turismo e Competitividade, que será realizado em Brasília, no próximo dia 9 de julho. Também estavam presentes o ministro do Turismo, Gastão Vieira, e o novo subsecretário do Rio, Cláudio Magnavita.
Aumentos excessivos encaminhados ao Ministério da Justiça
Há duas semanas, a Embratur divulgou dados preliminares do levantamento feito pela instituição a respeito das tarifas cobradas por hotéis durante a Copa do Mundo 2014. A tarifa média do Rio de Janeiro durante os jogos da Copa é de 461 dólares, mais que o dobro da taxa média durante a Copa das Confederações deste ano. Em Fortaleza, que junto com o Rio receberá a maior parte dos jogos, a tarifa média é de US$ 355. Três vezes maior que a tarifa média de US$ 119 durante a Copa das Confederações.
“Esse aumento não consegue encontrar explicação em nenhuma projeção de inflação, carga tributária ou o chamado custo Brasil”, afirmou Dino. “Por isso, todos os casos considerados abusivos serão encaminhados à Secretaria de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça”.
Na avaliação de Dino, esses aumentos, sem explicação, comprometem a principal possibilidade de ganho com os megaeventos: a projeção de imagem do país. “O conjunto de investimentos públicos que está sendo feito para a organização dos eventos visa, além da melhoria de vida da população dessas cidades, a projeção de imagem do Brasil como um ótimo destino turístico”, afirma. Com esses investimentos, Dino acredita que o país pode ter um crescimento sustentado do turismo internacional, que é uma importante alavanca de desenvolvimento econômico. “Mas isso está sob risco, caso os estrangeiros considerem nossos serviços caros”, aponta.