Setor de eventos deve crescer 25% este ano na capital paranaense

[Por Paraná Shop, 21/05/2013]
Não é exagero afirmar que os curitibanos, mais do que nunca, estão vivenciando hoje uma efervescência artística e cultural. Grandes, médios e pequenos eventos, que tem pontificados na cidade, não têm passado despercebidos aos olhos do público.
De acordo com o professor e coordenador do curso de Eventos das Faculdades Opet, o setor de eventos de Curitiba, que acumulou um crescimento de 22,7% em 2012 na comparação com o ano anterior, planeja manter o ritmo em 2013. Segundo um levantamento feito pelo Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), instituto que trabalha no fomento do setor, o número de eventos realizados na capital em 2013 deve ser 25% maior, com os participantes trazendo a marca inédita de R$ 1,1 bilhão para a cidade.
Para o presidente do CCVB, Dário Paixão, o movimento se encaixa em um cenário mais amplo, que voltou a apresentar bons números após episódios como a crise de 2008 e a epidemia de gripe A. “Os números ainda carregam o peso de uma base bem baixa, de 2009, que foi um ano muito ruim para o setor. De qualquer forma, eles já mostram que este mercado está bem recuperado, amadurecido, e também que Curitiba soube se reorganizar”, diz Paixão.
Nas estimativas do CCVB, 572,4 mil pessoas devem vir a Curitiba atraídas pelos eventos em 2013 – o número segue o crescimento de 25% no número de encontros esperado para o período. O volume de dinheiro que esses turistas vão deixar na cidade deve ter alta de 17,2%, mas que já é suficiente para ultrapassar a marca ainda inédita de R$ 1 bilhão, de acordo com a entidade.
Circuito da arte e cultura – Segundo informações da assessoria de imprensa da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), nos últimos anos tem crescido acentuadamente os eventos especialmente voltados a área cultural. Somente os grandes eventos que já entraram no calendário oficial da cidade, tais como a Oficina de Música, o Festival de Teatro de Curitiba, a Bienal Internacional de Dança, a Paixão de Cristo, a Bienal de Curitiba (Vento Sul,) a Conferência Municipal de Cultura, o Carnaval Tradicional e Fora de Época, a Gibicon, a Corrente Cultural, e o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que terá início agora em 6 de junho, colocam a capital paranaense no circuito nacional da arte e cultura.
Também tem surgindo os eventos alternativos, como a Vinada Cultural promovido pelo jornalista Dante Mendonça, com vistas a revitalizar o Passeio Público, o “Zombie Walk”, que tem como um dos idealizadores o professor da Opet, Wellington Soares, conhecido como Doca, e mais recentemente o Festival o Boticário na Dança, que trouxe para a cidade, entre outras companhias, o Ballet Maribor (neoclássica eslovena) que veio pela primeira vez à América Latina.
A assessoria de imprensa da Fundação adianta que também vai pegar carona na grande quantidade de turistas brasileiros e estrangeiros que vem a Curitiba assistir aos jogos da Copa do Mundo de 2014. A ideia é criar vários eventos culturais para recepcionar esses visitantes. Com tudo isso que está acontecendo na cidade, a Fundação Cultural calcula que milhares de empregos não só para os profissionais de eventos estão e vão sendo criados. O setor tem empregado, por exemplo, profissionais de comunicação, de produção gráfica, de gastronomia, de logística, de marketing, e de informática.
Os profissionais – De acordo com o coordenador da Opet, Alceu Cruz, no mercado de eventos são encontrados dois tipos de profissionais: os organizadores de eventos, que se constituem em poucas empresas privadas com larga experiência de mercado, e que se dedicam à organização geral dos eventos sob sua responsabilidade, prestando serviços altamente profissionais; e planejadores de eventos, possuindo apenas noções básicas de organização e encarando o seu trabalho como um serviço de apoio, que, freqüentemente, não é a atividade mais importante de seu emprego.
O profissional de eventos, diz Alceu Cruz, entre outras qualidades, deve ser seguro, gerando confiança para o cliente e para os funcionários; disciplinado, respeitando prazos, verbas, reuniões; ter flexibilidade, aceitando sugestões, adequando propostas, mudando etapas de trabalho; ter raciocínio rápido, entendendo a capacidade, os anseios e as expectativas dos clientes e funcionários; ter preparo físico, disposição e saúde; ser realista, percebendo os limites, as opções e saber usá-las sabiamente; ter paciência infinita, exercendo o autocontrole e a serenidade.
Perspectivas – De acordo com Alceu Cruz, os eventos criam oportunidades de viagens. Em geral, nos eventos com objetivos profissionais, as próprias empresas ou instituições interessadas costumam destacar especialistas para representá-las e, para tanto, custeiam a inscrição, a viagem e os gastos de hospedagem de suas responsáveis que muitas vezes se fazem acompanhar das familiares; ampliam o consumo e, em conseqüência, o lucro no núcleo receptor (quase sempre, os participantes de eventos aproveitam a viagem para passeios, compras, etc., gastando mais do que o turista comum. Tende, também, a prolongar sua programação no núcleo, além dos dias de duração para programações extras).
Além disso, ressalta o coordenador, permitem a estabilidade dos níveis de emprego do setor turístico, pois reduz a sazonalidade do turismo. Somente a estabilidade nessas áreas consegue estimular a formação e o aperfeiçoamento de pessoal especializado e, ao mesmo tempo, criam condições para a fixação dessa mão-de-obra especializada no setor; promovem indiretamente o núcleo receptor, através da divulgação que é realizada para cada evento, antes durante e depois do acontecimento; e, por fim, geram empregos diretos e indiretos, renda e impostos.

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