O potencial turístico das fazendas do Ciclo do Café
[Artigo de Bayard Do Coutto Boiteux – Coordenador do curso de Turismo da UniverCidade, Diário do Turismo, 09/05/2013]
O Estado do Rio de Janeiro é uma síntese da oferta turística brasileira. Ele não pode se resumir a apenas alguns municípios prioritários mas tem que ser considerado como um conjunto de cidades maravilhosas, que se bem estruturadas e promovidas podem aumentar a permanência do turista internacional, que nos visita, que tem na cidade do Rio, o ícone da promoção turística do Estado. Entre as regiões que o compõem, cabe uma ênfase especial ao Vale do Paraíba, onde temos uma das maiores concentrações de fazendas históricas, que se abriram para visitação pública, com a decadência do café e do leite, tornando-se inclusive meios de hospedagem.
Ao fazermos uma breve análise da referida região, identificamos que a mesma precisa de alguns investimentos para melhor se posicionar no mercado e conseguir assim despertar o interesse daqueles que nos visitam.O primeiro problema e talvez o mais importante seja o da criação de uma identidade visual, para a região, através de uma sinalização turística, que vai não só identificar as fazendas, mas sobretudo melhorar o acesso e percepção das mesmas, levando, por exenplo, em consideração, aquele consumidor que as visita, por conta própria. Outra providência é a criação de um sistema de informações sobre as mesmas, sistematizado, nos sites oficiais dos governos. A inserção de uma informação interativa, com mapas, fotografias, roteiros etc.
É importante também ressaltar a existência do Preservale, como uma real forma de representar as fazendas e interagir com o trade turístico e as entidades governamentais na busca de soluções para o fortalecimento de tais produtos turísticos e a força da marca, numa visão sustentável de venda comercial e institucional do Vale do Café.
O Preservale tem demonstrado real interesse num novo modelo de administração, baseado em ferramentas de gestão e capacitação para seus associados, que estão sendo delineadas e que serão brevemente apresentadas num grande seminário.
Por outro lado, as fazendas precisam entender que para obter maximização dos turistas precisam se profissionalizar e buscar diferenciais competitivos. Tenho acompanhado, por exemplo, alguns programas da Fazenda São Luiz da Boa Sorte, que hoje desenvolve uma ação brilhante com escolas da região, como forma de contribuição para a formação da cidadania local e busca novos nichos de mercado, além das visitas guiadas, nos eventos e casamentos, hoje em voga, em ambiente rural.
O grande desafio de um novo produto, para que seja definitivamente colocado nas prateleiras das agencias e operadoras, é o entendimento de que só podem sobreviver as fazendas, se trabalharem em grupo, direcionados pelo Preservale, que pode inclusive desenvolver uma serie de ações conjuntas, para minimizar cistos operacionais e oferecer novas formas de comercialização e administração.
Vamos apostar na descentralização da oferta turística fluminense, no momento em que grandes eventos vão ocorrer no Estado e temos uma oportunidade única de mostrar ao mundo nosso lado cultural.