Turismo de Saúde em Porto Alegre
[Por Brasilturis, 22/03/2013]
O cluster Porto Alegre Health Care (PAHC), organização público-privada pioneira do gênero no Brasil no segmento de Turismo de Saúde, assinou ontem, dia 22, o primeiro acordo comercial em grupo no país com uma seguradora de saúde internacional para atender o grupo de hospitais que formam o cluster: Complexo Hospitalar Santa Casa, Moinhos de Vento, Sistema de Saúde Mãe de Deus e São Lucas da PUC-RS. A seguradora é a Seven Corners, com sede em Indianápolis (Indiana-EUA), a quarta maior do mercado norte-americano e uma das mais experientes seguradoras internacionais de saúde, responsável pelo atendimento de 200 mil viajantes em todo o mundo.
Participaram do evento de assinatura o prefeito em exercício, Sebastião Melo, o secretário municipal de Turismo, Luiz Fernando Moraes, o presidente do Conselho Deliberativo do PAHC e vice-presidente da Federasul, Carlos Biedermann, a representante da Seven Corners Kellee Hinshaw, e os superintendentes e diretores das quatro instituições hospitalares. O contrato possibilitará aos hospitais do PAHC atender, em suas especialidades, pacientes de qualquer país do mundo credenciados junto à seguradora.
“A saúde é um desafio mundial. Por isso é de extrema importância o convênio assinado hoje, que além de oferecer tratamento médico para pessoas de outros países, também contribui para a consolidação de Porto Alegre como uma referência no turismo brasileiro”, afirmou o prefeito em exercício. Além de destacar o modelo de organização e de gestão compartilhada adotada pelo cluster, o presidente do Conselho Deliberativo do PAHC disse que o contrato é fundamental para a efetivo posicionamento de Porto Alegre como polo nacional de excelência em saúde e de atração de turistas de outros países para tratamentos médicos.
A relação comercial estabelecida pelo cluster ocorre depois de 3 anos de ações conjuntas dos hospitais e a Secretaria Municipal de Turismo na constituição, organização, planejamento e promoção internacional do PAHC, processo iniciado em 2010. “Este é um passo histórico, o cluster de Turismo de Saúde de Porto Alegre chega a um momento de maturidade e inicia agora uma jornada mais sólida”, avaliou Luiz Fernando Moraes, lembrando que a partir deste ano o segmento de Turismo de Saúde entra para as prioridades do Ministério do Turismo e da Embratur. “O pioneirismo da capital gaúcha em criar um cluster e fazer um acordo comercial coletivo com uma operadora estrangeira de atuação internacional contribuiu para isso”, afirmou.
Durante esta semana, a equipe da Seven Corners, liderada pela executiva Kellee Hinshaw, realizou visitas a todos os hospitais do PAHC. “Ficamos muito impressionados com o sistema de acolhimento, a tecnologia e a capacidade técnica do corpo médico. O que vimos em muitos aspectos supera o que temos nos Estados Unidos”, garantiu a executiva.
Os hospitais do PAHC possuem credenciamento internacional para atuar neste segmento. Os hospitais Mãe de Deus, Moinhos de Vento e da Criança Santo Antônio da Santa Casa já conquistaram a certificação Joint Commission International (JCI). Recentemente, o Hospital São Lucas recebeu a acreditação da Surgical Review Corporation para seu Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica, uma das grandes especialidades do hospital.
Segundo estudo da Deloitte Development, cerca de 1,6 milhão de norte-americanos viaja anualmente para tratamentos médicos que associem alta qualidade e custos menores, além da possibilidade de usar a diferença de preço para combinar o tratamento com turismo de lazer ou férias. O gasto médio desses turistas com a viagem, segundo a consultoria, é de US$ 16 mil dólares, dos quais 40% com o tratamento médico e 60% em atividades turísticas, como hospedagem, lazer e alimentação. Países como Hungria, México, Costa Rica, Índia, Tailândia, Malásia, Cingapura e África do Sul são hoje os principais destinos mundiais em turismo médico procurados por norte-americanos e canadenses.
No Brasil, o segmento ainda é incipiente, mas um dos principais fatores de atração é o preço, de 30% a 50% inferior em relação a países como Portugal e Espanha, e até 70% menor na comparação com os Estados Unidos. Estima-se que os pacientes gastam entre US$ 40 mil e US$ 50 mil (R$ 64 mil e R$ 81 mil), incluindo despesas com familiares e hospedagem do próprio paciente na rede hoteleira