Presidente da ICCA retrata mercado latino-americano de eventos na COCAL 2013
Logo após a abertura oficial do Congresso, o presidente da ICCA, Arnaldo Nardone, realizou o que para muitos foi a palestra mais impactante da Cocal 2013, realizada de 6 a 8 de março, em Mendoza, na Argentina. Com o título “A Grande Oportunidade para a América Latina”, falou sobre a realizada do mercado no continente sem dissimular as fraquezas e deixando orientações para a região ampliar seu market share na indústria de reuniões, afinal, “o que importa é market share, não crescimento”.
Além da dificuldade da concorrência com europeus, que têm mais do que o dobro de eventos regionais por ano para captar, a imagem da América Latina fora da região é a de que “não somos 100% confiáveis”. De acordo com o presidente da ICCA, “nossos targets ainda pensam que trabalhamos pouco, improvisamos, não respondemos às demandas com rapidez, não cuidamos dos detlahes, somos pouco criativos e estamos sempre atrás em tecnologia”. Para mudar este quadro, Nardone acredita que é preciso reposicionar a imagem do continente, não só com publicidade, mas principalmente com gestão profissional. “Isso leva tempo e se faz conhecendo o mercado, o target e como fazem lá fora”. E acrescenta: “temos que ser responsáveis de A a Z nos eventos, ter eficiência nos mínimos detalhes”.
Orientações para buscar maior crescimento no mercado latino-americano, segundo Arnaldo Nardone, presidente da ICCA:
- Apostar nos encontros regionais;
- Trabalhar em equipe (entre os países latinos);
- Buscar o que há na Europa e Ásia e ainda não há por aqui
- Trabalhar mais com universidades
- Buscar o que não está nas bases de dados, nichos onde “temos gente mas não temos eventos”;
- Analisar as nossas debilidades para serem melhoradas;
- Reposicionar a imagem do continente, não só com publicidade, mas principalmente com gestão profissional.
- Realizar trabalhos profissionais nos CVBs
- Comunicação Estratégica
- Cooperação e Concorrência entre os destinos
- Padronizar o termo “Indústria de reuniões”.
- Fazer lobby – a articulação público-privada é fundamental
- Ter visão global nos destinos
- Enfatizar para a sociedade que a Indústria de Reuniões gera riqueza, investimentos, empregos
Retrato do Mercado Latino-americano de Eventos
Apesar do salto de 397 eventos internacionais realizados em 2002 para 1056 em 2011, a América Latina aumentou pouco mais de 3 pontos sua participação no mercado mundial, de 7,2% para 10,5% no mesmo período. “O destino América Latina é exitoso, mas ainda pode ser muito mais”, sentencia Nardone.
Dentro do continente, o Mercosul tem 63% do market share, enquanto a Comunidade Andina 20%. Apenas seis países concentram 74% dos eventos mundiais realizados na América Latina. “Há uma grande disparidade, somos parecidos mas não iguais”.
De 2002 para 2011, houve um aumento de 223% no número de congressos mundiais realizados por ano na América Latina, saltando de 152 para 339. Na América do Norte, esse crescimento foi 118,5%, de 755 para 895.
No mesmo período, o Brasil passou de 65 para 133 eventos mundiais por ano, contra 25 para 56 da Argentina, segunda força latino-americana. Além dos mundiais, o Brasil realizou 171 eventos regionais (56% do total de eventos internacionais), enquanto a Argentina realizou 130 (70%).
Por outro lado, o número médio de participantes por evento internacional na América Latina apresentou queda significativa, de 714 em 2002 para 491 em 2011, caindo da segunda para a sexta posição entre os continentes. Segundo Nardone, este dado enfatiza a importância de trabalhar com equilíbrio a captação e promoção.
Entre os locais mais utilizados na América Latina para a realização de eventos, Nardone cita que em 2011 os Hoteis receberam 70% dos eventos internacionais, seguidos dos Centros de Convenções (16%) e Universidades (10%). Já na Europa esta distribuição é mais equilibrada, com Hotéis sediando 38,1% dos eventos internacionais, seguidos por Universidades (26,6%) e Centros de Convenções (24,3%).
Para ampliar sua participação, a América Latina enfrenta uma concorrência díspare com a Europa. Em 2011, havia 1227 eventos regionais latino-americanos, enquanto europeus foram 3609, além dos 4445 eventos mundiais disputados por todos os continentes.
Download do Ranking ICCA 2002/2011
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[…] a diretora da Pires e Associados, Adriane Webber, os destaques do Congresso foram a palestra de Arnaldo Nardone, presidente da ICCA, sobre a realidade da América Latina no mercado de eventos – que ainda […]
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