Feira em São Paulo vai impulsionar turismo de eventos no país
[Por Porto Gente, 12/03/2013]
Destino-líder do Brasil, com 5,5 % de todos os desembarques domésticos realizados no país, São Paulo quer ser também o principal polo de eventos de grande porte da América Latina. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, reafirma o interesse do governo federal em elevar a capital paulista a este patamar endossando sua candidatura como sede da Exposição Universal de 2020, ou Expo 2020, maior evento de políticas urbanas, sociais e econômicas do mundo.
Segundo o ministro, a cidade já vem dando sinais de estrangulamento da absorção de novas agendas do setor. “São Paulo é o principal roteiro de negócios do país. Queremos dar condições para um crescimento sustentável desse importante seguimento de turismo”, disse Gastão Vieira, durante apresentação oficial da candidatura da cidade, nesta terça-feira, na Prefeitura Municipal paulistana. Entre os projetos que estão em discussão, há melhorias no centro de exposições do Anhembi e acesso viário para essa região.
“Sua escolha permitirá não apenas a consolidação da liderança de São Paulo nesse setor, como também um salto no turismo de eventos no Brasil”, reitera o ministro, que espera levar o Brasil, em esforço conjunto com a Embratur, do 7º ao 5º país que mais recebe encontros e convenções internacionais, pelo ranking da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, na sigla em inglês).
Para isso, a seleção de São Paulo para abrigar a Expo 2020 é estratégica para a União. “As exposições universais criam um legado inestimável não apenas para a qualidade de vida nas cidades-sede, mas também para um setor cada vez mais importante da economia mundial – o turismo”, reconheceu Gastão Vieira.
A Expo 2020 funcionará durante seis meses — 15 de maio a 15 de novembro — e espera levar cerca de 30 milhões de visitantes à cidade de São Paulo durante este período. A eleição da próxima sede da Expo 2020 acontecerá em novembro, em Paris. A capital paulista disputa a preferência do Bureau International des Expositions (BIE) com quatro cidades: Dubai (Emirados Árabes Unidos), Esmirna (Turquia), Ayuthaya (Tailândia) e Iekaterinburgo (Rússia).
As exposições universais surgiram no século 19 e tinham como objetivo o lançamento de novos produtos, invenções e novidades nas áreas da ciência, arquitetura e tecnologia em geral. Eram grandes eventos numa época em que o desenvolvimento humano começava a ficar intimamente ligado às inovações tecnológicas. O telefone, o telégrafo e o elevador foram lançados em exposições universais. O maior símbolo da França, a Torre Eiffel, por exemplo, foi construída especialmente para a Exposição Universal de 1889.
A última edição do evento aconteceu em 2010, em Xangai e contou com a participação de 190 países e 50 organizações internacionais. A exposição chinesa foi a maior já realizada e recebeu 73 milhões de pessoas. A próxima Exposição Universal será em Milão, na Itália, em 2015.
O Bureau Internacional de Exposições é organização intergovernamental instituída em 1928 para supervisionar exposições internacionais e administrar as Exposições Universais. O BIE conta com 161 Estados-membros com direito a voto nas eleições. O Brasil tem participado de todas as edições de Exposição Universal, desde 1851.
Saiba mais
– Em nove anos, os eventos internacionais no Brasil cresceram 390% e o número de cidades brasileiras que captaram programações deste porte subiu de 48, em 2010, para 57, em 2011. São Paulo (SP) foi o estado que teve mais cidades incluídas no relatório da ICCA, que divulga anualmente um ranking sobre o segmento.
– O estudo apontou ainda que, em 2011, o Brasil alcançou o melhor resultado na captação de congressos e eventos desde 2003, quando foi criado o Ministério do Turismo. Nesse ano, o país sediou 62 eventos. O número subiu para 304 em 2011.
– O ranking mundial da ICCA é liderado pelos Estados Unidos, que recebeu 759 eventos internacionais, seguido da Alemanha, Espanha, Reino Unido, França e Itália. Depois do Brasil, que está na sétima posição, aparecem, nesta ordem, China, Holanda e Áustria.
– A cidade de São Paulo, que abrigou 60 eventos internacionais no ano passado, é a segunda no ranking das cidades brasileiras, depois do Rio de Janeiro (RJ). Campinas, Araraquara, Ribeirão Preto e Atibaia aparecem entre os municípios paulistas, além da capital, que realizaram mais de uma convenção ou congresso. Os demais sediaram apenas um evento.
– Rio Grande do Sul, com oito municípios, figura como o segundo estado que mais incluiu cidades no ranking de captação de eventos internacionais, de acordo com os critérios da ICCA. Depois aparecem a Bahia, com 6; Minas Gerais, com 5; Paraná, com 4; e Rio de Janeiro, com 3.