BH terá apenas uma obra de mobilidade para a Copa das Confederações
[Por Portal2014, 25/03/2013]
Até 2012 a intenção da Prefeitura de Belo Horizonte era inaugurar algumas das obras de mobilidade urbana, como os corredores de ônibus (BRTs), já para a Copa das Confederações.
Na prática, apenas um projeto, o Boulevard Arrudas/Tereza Cristina, sairá do papel a tempo para a competição, que se inicia em junho. Orçada em R$ 213 milhões, a obra consiste na criação de uma espécie de praça linear sobre o ribeirão Arrudas e já está 99% concluída –a inauguração está prevista para o mês de maio. As informações constam de um relatório do Comitê Executivo Municipal da Copa.
Além do Boulevard Arrudas, duas etapas integrantes do BRT Antônio Carlos/Pedro I já foram entregues, casos de dois viadutos e uma trincheira que interligam as avenidas Abraão Caram e Professor Magalhães Penido, além da avenida Antônio Carlos, já pavimentada e pronta para receber os ônibus no trecho Centro-Pampulha.
Dividido em várias frentes de trabalho ao longo dos seus 16 km de extensão, o BRT Antônio Carlos/Pedro I deverá estar pronto até dezembro deste ano. Trata-se da obra mais importante, e cara, na capital mineira –os R$ 588,2 milhões equivalem a 43% dos investimentos na mobilidade urbana.
Embora não tenha cumprido a promessa de inaugurar mais obras no primeiro semestre de 2013, o balanço da Copa em Belo Horizonte apresenta saldo positivo.
Obras como o BRT Cristiano Machado (76,44% pronto, com previsão de entrega para dezembro), o Corredor Pedro II (71,27%, conclusão marcada para outubro) e a Via 210 –Via do Minério/Tereza Cristina (50,05%; setembro de 2013) caminham de forma satisfatória e cumprem o cronograma, segundo o Comitê da Copa.
Em ritmo mais lento, encontra-se a implantação da Central de Controle Operacional, que abrange sistemas de vigilância, painéis informativos e fibra ótica para monitoramento do trânsito, cujo percentual de execução é de 11,42% até aqui –a data de entrega é outubro próximo.
Outro BRT, o da Área Central, tem 39,5% das obras viárias concluídas e apenas 9% das estações prontas, mas também não preocupa as autoridades belorizontinas.
Preocupação mesmo gera a oitava e última obra de mobilidade: trata-se da Via 710 – Av. Cristiano Machado/Av. dos Andradas, cujos trabalhos sequer alcançaram a marca de 2%, a oito meses do prazo final.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) enfrenta impasses para resolver as desapropriações no local e admite que a intervenção pode ficar de fora da Copa.
Estádio: à espera de mais testes
Palco de três partidas da Copa das Confederações e outras seis na Copa do Mundo, o Mineirão foi entregue em dezembro de 2012, em solenidade que contou com a presidente Dilma Rousseff e autoridades locais. A inauguração com bola rolando, por sua vez, se deu no dia 3 de fevereiro deste ano, com direito ao clássico Cruzeiro x Atlético.
Logo em sua reestreia, o repaginado estádio mineiro sofreu críticas dos torcedores e da imprensa, que relataram falhas no abastecimento de água e alimentação e tumultos na chegada à arena.
Em meio às reclamações, Fifa e Comitê Organizador Local (COL) marcaram o duelo entre Brasil e Chile, no dia 24 de abril, para ser disputado no Mineirão. É neste jogo que a federação internacional espera ver as falhas da estreia totalmente corrigidas.
Os shows de música também têm relevância. A apresentação do ex-beatle Paul McCartney, no dia 3 de maio, deve garantir aos organizadores outra radiografia do estádio, ao menos no que diz respeito ao acesso dos espectadores e à operação.
No dia 17 de junho, Taiti e Nigéria estreiam a arena mineira para valer, em partida da primeira fase da Copa das Confederações.
Aeroportos: bom andamento e obra cancelada
Um dos mais movimentados do país, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte-Confins tinha três projetos de melhorias para 2014, de acordo com a última revisão da Matriz de Responsabilidades.
Mas, das três obras, apenas uma embalou de fato (a reforma e modernização do terminal de passageiros). A segunda mal começou (ordem de serviço da ampliação da pista de pouso e do sistema de pátios foi assinada no dia 26 de fevereiro) e a terceira (construção do terminal 3) acabou cancelada e trocada por um projeto menor.
O motivo? Como o aeroporto de Confins deve ser concedido à iniciativa privada, a Infraero liberou a futura concessionária para traçar seu próprio planejamento. Assim, a estatal substituiu o novo terminal por um espaço remoto, com capacidade e tamanho menores (leia mais aqui).
Perguntada pela reportagem do Portal 2014 se a concessionária também pode requisitar o cancelamento ou alteração das duas obras restantes de Confins, a assessoria da Infraero afirmou que a situação depende do edital, que será publicado em breve. O leilão do aeroporto de Belo Horizonte ocorrerá ainda neste ano, no segundo semestre.