Brasil nos ajudou sair da crise, diz presidente da American Airlines
[Por Folha, 14/02/2013]
A American Airlines, terceira maior companhia aérea do mundo, enfrentou um dos anos mais difíceis de sua história em 2012.
American Airlines e US Airways aprovam fusão, dizem agências
Fusão é saída para desafio na aviação, diz executivo
Após entrar em concordata nos EUA no final de 2011, enfrentou um corte de custos de US$ 2 bilhões e greves de funcionários que culminaram em cancelamentos e atrasos de centenas de voos.
Agora, ela se prepara para deixar essa condição, garante Thomas Horton, presidente da companhia.
A saída do “Chapter 11”, lei americana que concede prazo às empresas para se reorganizarem financeiramente, pode ocorrer logo, caso a American conclua acordo de fusão com a US Airways –o que deve ocorrer hoje.
“Essa decisão vai ditar o curso que tomaremos para sair [da concordata]: se combinados a outra companhia ou sozinhos”, diz Horton.
A união criaria a maior empresa aérea do mundo –posto que já foi da American, mas que hoje é da United Airlines.
Com crescimento de 12% em 2012, mais que o dobro da média no restante do mundo, o Brasil teve uma participação importante na recuperação e esteve no centro das principais decisões da aérea.
A relevância do Brasil levou seus executivos a pleitearem com o governo americano a dispensa do visto de brasileiros para os EUA.
“Queremos mais liberdade de viagem e comércio entre esses dois grandes países.”
FOCO
Segundo Horton, o Brasil é o segundo maior mercado da companhia, só atrás dos EUA.
Nos últimos três anos, o número de voos semanais para o país mais que dobrou, atingindo 111, e o número de cidades brasileiras atendidas aumentou de duas para sete.
Até o final do ano, com a adição de Curitiba e Porto Alegre, serão 120 voos semanais e nove cidades.
A Delta Airlines, que também ampliou sua operação, tem 35 voos semanais e atende Rio, São Paulo e Brasília. A Delta, porém, é parceira da Gol, o que amplia o número de cidades atendidas para 21. A United opera 35 voos semanais, em São Paulo e no Rio.
Segundo os executivos, a American voltou a dar lucro e “será uma das mais lucrativas” entre as americanas.
A American que emerge após a concordata, diz Horton, será saudável financeiramente e mais competitiva graças à encomenda de 460 novas aeronaves em 2011.
“Caminhamos para ser a companhia com a frota mais jovem dos EUA”, afirmou.
No início de fevereiro, o primeiro exemplar do modelo Boeing 777-300 recebido pela empresa foi inaugurado na rota São Paulo/Dallas.
“O segundo [entregue] irá para a rota Londres/EUA, o que mostra a importância do Brasil para nós”, diz Virasb Vahidi, vice-presidente.