Conotel 2012: Projeções do turismo brasileiro marcam debate
[Por Hôtelier News, 27/07/2012]
Sob a temática Modelos internacionais da relação de parceria entre o governo e a hotelaria, executivos do setor estiveram reunidos, nesta sexta-feira (27), durante o 54º Conotel – Congresso Nacional de Hotéis, que acontece até amanhã (28), no Centro de Eventos Fecomercio, em São Paulo, para expor e debater ações que estão sendo feitas para alavancar os negócios hoteleiros no País. A mediação foi feita por Dilson Jathay Fonseca Jr, presidente da Resorts Brasil.
O encontro foi marcado pela palestra de Alexandre Garrido, diretor da Sextante Consultoria, que expôs dados sobre a posição do Brasil – em projeções feitas no período de 2010 à 2020 – frente aos países que têm o Turismo como importante fonte de renda, no cenário mundial.
O estudo levado por Garrido mostra mudanças no eixo dos destinos mais procurados atualmente. A tendência é que até 2020, Europa e América perderão lugar para países asiáticos e africanos.
Ele conta que a disputa está acirrada uma vez que todos os países do mundo estão com foco voltado para o Turismo e é neste ponto que, de acordo com o palestrante, o Brasil não acompanha outros destinos, uma vez que os projetos do governo são, em geral, pouco focados.
O especialista cita como exemplo projetos que visam a disseminação de destinos nacionais e que deixam de lado a capacitação e investimentos em infraestrutura. “Precisamos que sejam feitos documentos mais estratégicos e setorizados”.
Com base na palestra do espanhol Albert Grau, diretor da Magma Tri Hospitality – que explicou o funcionamento da relação público e privada do Turismo e Hotelaria em seu país, Garrido questionou os presentes: “Fala-se muito no bom momento que o Brasil vive. Pergunto a vocês se alguém sabe ou pensou em como vamos aproveitar esse crescimento e se ele será duradouro”.
Questionado por Nerleo Caus, diretor Administrativo da ABIH Nacional, sobre como a Espanha tem gerido o setor mediante a crise econômica, Albert Grau explicou que o governo diminuiu muito a verba liberada para projetos turísticos, o que fez com que o setor privado tivesse dificuldades em manter a atratividade de seus empreendimentos. “O empresariado teve que mudar o foco e trabalhar em conjunto com foco na promoção dos destinos porque essa é a única forma de beneficiar a todos”.
Henrique Lenz, presidente da ABIH-PR, indagou Garrido sobre a situação da hotelaria frente aos mundiais esportivos que o Brasil sediará. O consultor respondeu rapidamente que estão sendo construídos mais hotéis do que o mercado comporta. “Vai faltar mão de obra e principalmente organização para gerir esses novos empreendimentos após os eventos”.