Governo diz ter fechado acordo para reduzir o preço dos hotéis na Rio+20
[Por Business Travel Magazine, 17/05/2012]
O governo federal anunciou ontem ter fechado acordo para a redução dos preços de hospedagem em hotéis do Rio de Janeiro, durante a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20). Segundo o MTur e a Embratur, o acordo “que vai garantir reduções de 25% a mais de 60% nos valores cobrados, foi garantido após entendimentos com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) – que representa a maioria dos hotéis, a Terramar, agência operadora do evento, e representantes de várias redes hoteleiras que atuam no Rio de Janeiro”.
A decisão do governo federal de intermediar as negociações veio após o conhecimento e divulgação nacional e internacional dos altos valores cobrados e também das exigências da compra de pacotes fechados, com número mínimo de diárias. A iniciativa vai garantir o fim do comissionamento cobrado pela operadora oficial do evento, a Terramar, sobre as diárias das comitivas e acabar com a obrigatoriedade de compra de pacotes com diárias mínimas entre 12 e 19/06 e 12 a 23/06, o que estava encarecendo sobremaneira as despesas com estadia para os hóspedes que ficariam poucos dias no evento. A remuneração da operadora será feita diretamente pelos hotéis, não onerando a mais os hóspedes.
O comunicado do governo diz que “a extinção da cobrança da comissão, além de um desconto adicional concedido por vários hotéis, garantirá uma redução de 25% a 35% no valor das diárias. Além disso, o fim da venda dos pacotes fechados permitirá uma economia dos custos de estadia de 30% a 40%. Somadas, as medidas podem superar 60% de desconto em relação aos valores anteriormente praticados”. E a nota continua: “Para as delegações que já efetuaram o pagamento das diárias, serão devolvidos os valores excedentes pagos, além das diárias adicionais para os participantes que adquiriram pacotes fechados nos períodos acima citados”. Os hotéis também teriam concordado em receber e comercializar, a partir de amanhã, em conjunto com a Terramar, os apartamentos bloqueados e não vendidos até o momento, com valores que não ultrapassem os preços de referência pactuados.
O governo federal designou uma comissão composta pelo presidente da Embratur, pelo secretário-executivo do Ministério do Turismo e pelo secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, para acompanhar o cumprimento do acordo.
N.R.: a notícia “não fecha”. Ou o acordo significa um mea culpa da hotelaria carioca, admitindo ter exagerado (muito) nas condições estabelecidas para a venda e bloqueios da Rio+20, ou houve outras condições ou compensações negociadas no acordo e não reveladas, ou ainda tudo não passa de uma bem engendrada ação de marketing. É muito difícil acreditar que os hotéis simplesmente vão reduzir seus preços, extinguir as exigências de período mínimo de hospedagem (pacotes), devolver diárias antecipadas e pagar a comissão do operador, tudo junto, aceitando passivamente o “prejuízo”. É factível a aplicação do acordo com o governo, mas apenas para as vendas a partir de amanhã e para as poucas delegações que ainda não garantiram hospedagem. É fundamental saber quantos quartos bloqueados para a Rio+20 vão aderir ao acordo de hoje, em relação aos 7.285 quartos oficialmente bloqueados para o evento. E seria bom saber também quantas das 146 comitivas estrangeiras oficiais (até agora) serão ressarcidas.