Turismo de eventos se consolida
[Por Diário de Natal, 25/09/2011]
O turismo de evento tem se consolidado como a principal atividade do setor turístico, quando o assunto é movimentação da economia. Enquanto alguns visitantes vêm a Natal apenas nos períodos de alta estação, para conhecer as belas praias e aproveitar a estação do sol, durante o resto do ano milhões de pessoas interessadas em fazer negócios colocam os pés – e o dinheiro -, na capital potiguar. No entanto, o crescimento desse setor esbarra nos limites da estrutura do Centro de Convenções da cidade, um equipamento fundamental para expandir o turismo na cidade, com o desenvolvimento da rede hoteleira, fomentando a criação de postos de trabalho para a população.
De acordo com o diretor da Cooperativa de Desenvolvimento da Atividade Hoteleira e Turística (Coohotur), administradora do Centro de Convenções, Nailson Azevedo, o setor de eventos é o mais importante para o turismo da cidade. “É ele que movimento toda a cadeia produtiva do turismo, algo em torno de R$ 100 milhões por ano. O Centro de Convenções recebe algo em torno de 600 mil pessoas por ano. Essas pessoas comem, bebem, se hospedam, divertem-se, ou seja, usam entre 40 e 50 tipos de bens e serviços. Esse turista é importantíssimo para a cidade, pois eles vêm para cá na baixa estação para fazer negócio, mas pode se tornar um turista de verão também, depois que conhece a cidade”, declarou.
Para captar esses eventos, no entanto, é preciso melhorar a estrutura do Centro de Convenções, segundo Nailson. O diretor da Coohotur reconhece a necessidade de se fazer mudanças e disse que o órgão está articulando junto ao governo do estado. Nailson citou as obras dos Centros de Convenções da Paraíba e do Ceará, que estão em ritmo acelerado e devem ser inaugurados em 2013. Segundo ele, são estruturas grandes e bem equipadas, no entanto, estão situadas longe da cadeia produtiva. “Estamos num lugar muito bom. Atendemos a demanda de eventos, não a do futuro, mas os que já temos pela frente. E temos uma coisa que eles não têm, um Centro de Convenções integrado à cadeia produtiva. As pessoas podem ir a pé aos hotéis e aos estabelecimentos de Ponta Negra. Eles vão ter problemas com relação a isso, porque são enormes, mas a cadeia produtiva não está do lado”, afirmou.
Por outro lado, Nailson destacou algumas limitações que impedem a expansão das atividades no Centro de Convenções. “Temos um problema de acessibilidade. A entrada e saída do Centro é única, dessa forma, quando estamos utilizando o Pavilhão Dunas, aquele que recebe grandes feiras, os demais pavilhões ficam sem utilização, tendo em vista que o estacionamento é todo usado pelos visitantes do evento. É o caso da feira Brasil Mostra Brasil, que lota o Centro de Convenções e ocupa todo as vagas de veículos”, afirmou. Diante dessa problemática, o diretor da Coohotur disse que o órgão e o governo do estado estão avaliando a possibilidade de criar um acesso para a Avenida Engenheiro Roberto Freire. “Assim, os pavilhões podem ser usados simultaneamente para eventos distintos, sem o problema da entrada e saída pelo mesmo lugar”, afirmou.
Sobre a possibilidade de ampliação, também há um pré-estudo, segundo Nailson, para a construção de mais um andar. “O Centro não pode sair daquele lugar. Temos a facilidade de estar perto dos hotéis, restaurantes, da praia. E mesmo com algumas dificuldades estruturais, somos considerados um dos melhores Centros de Convenções do Brasil a nível de recepção e prestação de serviços. Atingimos 93% de satisfação dos convencionais, numa pesquisa feita pela Federação do Comércio e Convention Bureau. Não se consegue isso do dia para a noite. Sei que temos dificuldades, mas serão sanadas aos poucos”, disse.